A associação é inevitável. Pouco mais de dois meses após o vazamento do áudio da presidente da Fas – Fundação de Ação Social – , Maria Alice Erthal, estimulando o uso da força contra a população em situação de rua, a morte de Joares Silva em uma casa de acolhimento no último dia 7, vítima do disparo de um Guarda Municipal, reacendeu a discussão sobre o assunto.

No dia 24 de agosto o nosso mandato protocolou um requerimento pedindo a convocação da presidenta. Diante da indisposição da base de apoio do governo e da promessa do vereador líder do governo, Tico Kuzma (PSD), de que ela viria por livre vontade, retiramos o pedido e passamos a aguardar o comparecimento.

De lá para cá, foram várias desculpas e nada da confirmação de uma data para que a senhora Maria Alice Hertal venha à Câmara e explique não só o conteúdo do áudio, mas a conduta que a Fundação tem tomado com relação ao uso da força policial no trato com as pessoas em situação de rua.

O caso da morte na casa de passagem do bairro Rebouças reforça essa necessidade. Não se trata de condenar o servidor que efetuou o disparo, as investigações precisam apurar melhor o ocorrido, mas está evidente que a ação foi desproporcional.

E não estamos falando de um caso isolado. De acordo com um levantamento feito pela Defensoria Pública do Estado em parceria com a UFPR, entre as denúncias de violência praticada pela GM entre 2017 e 2022, 40% foram praticadas contra a população em situação de rua.

Diante de tudo isso, faremos um novo requerimento solicitando o comparecimento da Presidenta da FAS na Câmara. Vale dizer que essa é uma prerrogativa da Casa. 

 A população de Curitiba precisa entender qual é a recomendação da Prefeitura para abordagens da GM com a população em situação de rua, entre outros assuntos relacionados.

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