Vereadora Professora Josete também esteve presente no evento
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), garantiu na noite de segunda-feira, 13, que a administração municipal não vai perder os recursos de R$ 1 bilhão disponibilizados pelo Governo Federal para a construção do metrô através do PAC da Mobilidade.
“Não vamos perder esse dinheiro. Vamos abrir para receber novas propostas de operadores e até agosto vamos apresentar um novo projeto ao Governo Federal”, previu.
Na semana passada, Fruet anunciou que irá rediscutir o projeto de metrô da cidade, formulado pela gestão anterior.
De acordo com o prefeito, o projeto deixado por Luciano Ducci (PSB) “não tem consistência”. “Não se faz metrô com R$ 1 bilhão. Precisa de contrapartida do governo do estado. Cada quilômetro custa R$ 250 milhões. E estamos falando inicialmente de 14 quilômetros”, calculou.
A declaração aconteceu durante um encontro com a militância petista para analisar os primeiros quatro meses da gestão Fruet. Além do prefeito, também estiveram presentes os vereadores e secretários municipais do PT: Mirian Gonçalves (Trabalho, também vice-prefeita), Adriano Massuda (Saúde), Marcos Cordiolli (Fundação Cultural) e Roseli Isidoro (Secretaria da Mulher). Todos foram unânimes na crítica à gestão passada: dívidas, falta de transparência e sucateamento dos aparelhos municipais.
Fruet destacou a dívida herdada, de R$ 403 milhões. “É a maior pendência da história de Curitiba”. Para lidar com o problema, segundo ele, a prefeitura fez o parcelamento da dívida para pagamento em até três anos e está revendo contratos. “Hoje estamos com uma capacidade de investimento de apenas 2% do orçamento, a menor da história. Mas a faremos subir para R$ 10% em quatro anos.”
Até junho, segundo ele, todas as obras paralisadas na cidade devem ser retomadas.
Saúde é pasta mais problemática
De acordo com o secretário Adriano Massuda e com o próprio prefeito Gustavo Fruet, a Saúde é a pasta mais problemática deixada pela gestão de Luciano Ducci. Do total da dívida herdada, R$ 126 milhões são pendências da Saúde.
O atual presidente da Fundação Cultural, o também petista Marcos Cordiolli, foi outro a reconhecer, em sua fala, o “cenário de guerra, de terra arrasada” encontrado na área da Saúde. “O trabalho do Adriano tem que ser reconhecido acima de todas as coisas”, disse.
Massuda criticou o discurso de parte da imprensa de que é chegada a hora de esquecer o passado e olhar apenas à frente. “Esse é o discurso de quem não quer que se mostre os detalhes da situação”, disse, referindo-se a artigos publicados em veículos da capital.
De acordo com ele, Curitiba correu o risco nos primeiros meses deste ano de ficar sem medicamentos na rede pública. “Assumimos a secretaria com apenas 87 itens em estoque, 44% dos medicamentos estavam zerados, o que havia já estava nas unidades.”
Para o secretário, a situação é fruto, no mínimo, da negligência da gestão anterior. “Qualquer cidade trabalha com um estoque estratégico de três meses, mas em Curitiba esse estoque foi consumido nos três últimos meses do ano passado.”
Urbs
O prefeito Gustavo Fruet também abordou as mudanças anunciadas por ele na Urbs, com a troca de diretores e a realização de uma auditoria, uma promessa de campanha. “Temos que tornar pública essa conta [a planilha usada pela Urbs para calcular o preço da passagem]. Se não ano que vem vamos discutir de novo só o preço da tarifa, mas temos que discutir o financiamento.”
Sobre as mudanças na diretoria, Fruet pediu calma para concluir o processo. “Estamos cumprindo rigorosamente o estatuto e os prazos.”
Imprensa
O prefeito reclamou ainda de “alguns blogs e um veículo de imprensa que parece que ainda estão em campanha”, mas declarou que não vai alimentar esse debate. “Se eu me perder no varejo, acabou o projeto.” Ele também disse que vai estabelecer critérios claros para a distribuição da publicidade institucional. “Não vou alimentar blogs que existem para finalidades particulares.”
Fruet repetiu o que tem sido o tom de seu mandato nestes primeiros meses. “O que sempre peço para a equipe é paciência e sensibilidade para negociar com o governo do estado e o Governo Federal.”