Em reunião realizada na noite de ontem (18), no Auditório da Câmara Municipal, funcionários dos Correios debateram a manutenção e a defesa da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Dentre os itens expostos, discorreu-se sobre a má administração atual da Empresa e a perda de direitos dos trabalhadores.

GERAL

Márcia Portes, representante da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (FENTECT), iniciou sua fala lamentando, justamente, a ausência dos 37 parlamentares: “achamos que contaríamos com um público maior; estamos falando de nós para nós mesmos”. Prosseguiu afirmando que está havendo um desmonte dos Correios. “Presidente Michel Temer ameaça privatizar a Empresa. Estamos, muitas vezes, sem condições de trabalho, sem segurança, atendentes são assaltados costumeiramente e muitas agências estão fechando. Receio pelo trabalhador e pela comunidade”.  Relembra ainda o que o Presidente disse, que “cartinhas de amor não existem mais”, mas que a fatura, assim como os produtos comprados pela internet, chegam todo dia, o que torna o trabalho dos Correios imprescindível. “Toda essa situação está gerando uma insegurança muito grande. O governo está querendo tirar nossos direitos de qualquer jeito”, finaliza Márcia, ao pontuar que foi retirado dos funcionários o planejamento de férias.

PORTES
Márcia lamenta a ausência dos legisladores na audiência

Secretário-Geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Marcos Rogério Inocêncio (China), conta sobre a insatisfação da sociedade, hoje, com os Correios: “as pessoas preferem que os Correios sejam privatizados porque as correspondências estão chegando com atraso. Mas a culpa não é do funcionário, mas da má gestão da empresa”. Relata que o trabalho era bem feito, mas que agora é bem diferente, que os trabalhadores têm adoecido porque “vestem a camisa”, visto que já estão em número reduzido. “Queremos uma Moção de Apoio dos vereadores, queremos salvar os Correios. A única salvação é a contratação, o concurso público”, ressalta Marcos.

CHINA
Marcos Rogério (o China) pede Moção de Apoio aos trabalhadores dos Correios

Os ataques ao plano de saúde dos trabalhadores, a ausência dos vereadores na audiência e a perda de direitos foi destaque da fala de Ezequiel Dutra, Secretário de Imprensa do Sintcom. “Nossa luta não é somente contra a empresa, mas também contra as autoridades”, reforça.

Ainda na parte das explanações, João Santana, representante da Associação de Moradores Vila Maria / Vila Real São Braz faz uma alusão à figura do carteiro e explica o porquê de agir em defesa deste profissional: “são heróis para nós, como são os bombeiros. Levam conforto”. Externou, também, sua insatisfação com a atual administração e citou exemplo da ineficiência dos serviços prestados. “O Sedex 10 não chega mais às 10h, os remédios chegam atrasados, os funcionários estão trabalhando dobrado. Há um câncer corroendo os Correios”. Solicitou, ainda, aos presentes que se brigue pela não privatização dos Correios.

ASSOCIAÇÃO DE MORADORES
João Santana veio falar em nome da comunidade

Funcionário dos Correios há tempos, Edson Rosa dos Santos agradeceu a nossa motivação em realizar o debate, embora tivesse certeza de que ouviria, em todo o complexo dos Correios, que a participação dos vereadores foi escassa. “Nosso intuito não chegou ao que deveria estar acontecendo. Vamos nos unir a outras frentes para que nosso país volte a andar, vamos erguer a cabeça e ir em frente. A partir de amanhã começa nova luta; precisamos de soluções cabíveis para que voltemos a ser empresa de qualidade”, acrescenta o trabalhador no tempo destinado às perguntas e comentários.

EDSON
“Vamos nos unir a outras frentes para que nosso país volte a andar”, garante Edson

Já Antonio O. V. Batista (Kiko), trabalhador operacional que presta serviços internos, fala sobre a questão dos atestados: “trabalhei como carteiro por seis anos e posso afirmar que a maior incidência de faltas ocorre devido à questão psicológica”. Afirma que necessitam de maior representatividade, que os colegas “estão esperando ser demitidos ou sofrerem maior pressão. Temos que sair com outra visão e com outro linguajar. Não somos só funcionários dos Correios, somos também clientes dos Correios. Precisamos conversar com a população. Não somos nada sem a população do lado”, explica.

KIKO
Kiko defende uma nova postura por parte dos funcionários dos Correios

Finalizando a audiência, aprovamos a Moção de Apoio aos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, com os presentes, e comprometemo-nos a produzir novo requerimento à Casa, buscando a aprovação da maioria dos vereadores e vereadoras, para se encaminhar aos órgãos competentes o registro do apoio dos parlamentares desta Câmara à causa dos trabalhadores e trabalhadoras, debatidos nesta audiência.

Fotos: Chico Camargo / CMC

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