Leia na íntegra a carta em que Josete declara a saída do bloco:
Em 2012 o Partido dos Trabalhadores optou por uma coligação com o PDT, apoiando a candidatura de Gustavo Fruet para a prefeitura de Curitiba. Naquele momento, a avaliação da maioria do partido era que uma vitória de Fruet permitiria que nosso projeto de cidade pudesse ser parcialmente colocado em prática. Com a decisão por uma aliança eleitoral, nossas e nossos militantes se integraram a diversos grupos que debatiam as propostas para a cidade e várias de nossas sugestões foram incorporadas no plano de governo apresentado pelo então candidato a prefeito Gustavo Fruet.
Com a vitória eleitoral, Mirian Gonçalves assumiu a vice-prefeitura. Foi criada a Secretaria Extraordinária da Mulher e assim como nas Secretarias de Saúde, do Trabalho e Emprego e na Fundação Cultural de Curitiba, quadros do Partido dos Trabalhadores assumiram cargos no executivo. De 2013 para cá, certamente contribuímos para avanços significativos nas políticas públicas destinadas à população de Curitiba. Durante este período, avaliamos a nossa participação neste governo, os limites e os avanços que caracterizaram esta participação.
Agora, o momento eleitoral também nos traz a responsabilidade de analisar o que poderá contribuir mais para o fortalecimento de nosso projeto partidário: a continuidade desta aliança ou o lançamento de candidatura própria. O Partido dos Trabalhadores de Curitiba, em encontro realizado em novembro de 2015, definiu pelo indicativo de candidatura própria para as eleições municipais deste ano. Esta decisão se deu em face da atual conjuntura política que exige um diálogo direto com a população e também por divergências em relação a condução da administração municipal pelo prefeito Gustavo Fruet.
Várias foram as discordâncias de nossa parte. Manifestamos diversas vezes nosso descontentamento com as decisões do executivo nas ações tomadas em relação ao Transporte Coletivo. Também registramos nossa discordância quanto a forma de encaminhamento quanto das reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal. Por vezes tentamos atuar na conciliação nas situações quando as categorias decidiram pelo extremo de paralisar as atividades. Também desabona a falta de planejamento da administração, permitindo que recursos comprometidos no fundo de aposentadoria dos servidores deixem de ser transferidos, comprometendo o futuro dos pagamentos de aposentadorias.
Registramos também nossa discordância na forma como se conduz a destinação do orçamento público, exemplo claro quando o executivo divulga dados que não conferem na prática com o compromisso de atingir 30% de investimento na educação. Nessa área carecem de cumprimento também o atendimento à demanda da educação infantil quanto ao número de vagas e o não cumprimento da lei de hora atividade dos professores e professoras da educação infantil. A opção por fechar berçários foi condenável sob todos os aspectos, caracterizando a violação do direito à educação para as crianças de Curitiba.
Por fim, queremos explicitar que desde sempre levamos nossa contribuição no sentido de modificar o processo de organização e execução das audiências públicas e o contato direto com a população para registrar as demandas populares . Passados três anos a prática não mudou e as audiências de consulta para o orçamento público ainda são realizadas durante o dia, em uma dinâmica que impede que as cidadãs e cidadãos possam colocar publicamente suas reivindicações.
Por todo o exposto, concluo dizendo que o Partido dos Trabalhadores possui um projeto próprio para a cidade de Curitiba, um projeto voltado para a maioria da população, que propõe a superação de um projeto de cidade voltado para determinados setores econômicos, como é o caso do transporte coletivo e do mercado imobiliário. Me coloco a partir de hoje como independente e fora do bloco de apoio ao prefeito.
Parabéns Professora Josete, pelo seu belo pronunciamento. temos que alçar voo solo, para revigorarmos nosso PT. conte comigo. um abraço.