Afinal, para que comemoramos o Dia Internacional da Mulher? Sempre nos fazemos essa pergunta quando, todos os anos, nos deparamos com promoções de anticoncepcionais, artigos de perfumaria, produtos de beleza, distribuição de flores no comércio, entre outras ações direcionadas às mulheres no mês de março. Não reclamamos das promoções. Pelo contrário, elas são muito bem vindas. Porém, precisamos ir além. O mês de março deve ser um período de maior reflexão. Por que existe um Dia Internacional da Mulher? Infelizmente, vivemos num país em que a violência de gênero (violência física, psicológica, sexual, entre outras), aquela cometida contra a mulher pelo fato da vítima ser mulher, atinge números assustadores.

Segundo dados da CPMI da violência contra a mulher realizada no Congresso Nacional em 2013, o Brasil ocupa o 7º lugar em homicídio de mulheres no mundo, o Paraná é o 3º estado no ranking de feminicídios no país e Curitiba é a 4ª capital que mais mata mulheres no Brasil. A situação é preocupante e precisa ser conhecida e combatida por toda a sociedade. Não por outro motivo, a Lei Maria da Penha, por exemplo, foi aprovada, e desde sua edição em 2006, contribuiu para a diminuição em 10% da violência doméstica, segundo pesquisa divulgada pelo IPEA no último dia 4. Nesta semana, foi aprovada no Congresso a lei que transforma o feminicídio (homicídio praticado contra a mulher pela sua condição biológica) em crime hediondo, podendo o agressor receber pena de prisão de 12 a 30 anos.

Receber flores no dia 8 de Março é muito significativo. Contudo, enquanto a violência covarde contra a mulher persistir, insistiremos no debate da necessidade de um Estado mais atuante, que previna e coíba a violência, de que tipo for, e que, especialmente, promova a igualdade de direitos entre mulheres e homens.

Feliz dia de luta das mulheres!

Mulher – Cora Coralina

Eu sou aquela mulher
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota,
renunciar a palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista.

Creio na força imanente
que vai gerando a família humana,
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.

Creio na solidariedade humana,
na superação dos erros
e angústias do presente.
Aprendi que mais vale lutar
do que recolher tudo fácil.
Antes acreditar do que duvidar.