Na manhã desta terça-feira (6), o vereador da extrema-direita Eder Borges (PL) foi o único a ir contra o Projeto de Lei que concede a Declaração de Utilidade Pública à ONG Aquecendo Corações, notória por seus trabalhos voltados à população de rua em Curitiba.
Entre as ações da ONG estão o projeto Banho do Coração, que consiste em uma ducha móvel levada a diversos pontos da cidade para que as pessoas em vulnerabilidade possam cuidar de sua higiene pessoal. Além disso, os voluntários também distribuem roupas novas, alimentação, kits de higiene e concedem apoio à reinserção familiar, com atenção especial às grávidas em situação de rua.
Extremismo e Aporofobia
Ao verificarem que a Associação Aquecendo Corações apresentou a documentação exigida pela lei complementar municipal 117/2020, os vereadores apoiaram a Declaração de Utilidade Pública quase que unanimemente — quase.
Eder Borges (PL) fez uso da palavra por mais de trinta minutos para proferir um discurso extremista, recheado de inconsistências e factóides, no qual perguntou sobre a “real necessidade desse tipo de serviço”.
Segundo ele, a FAS (Fundação de Ação Social) já presta apoio às pessoas em situação de rua, portanto a ONG não seria necessária. A respeito dela, declarou: “continuo questionando esse tipo de ação, que não tem funcionado”.
Nisso, foi rapidamente corrigido pela vereadora Professora Josete (PT), líder da oposição:
A assistência social é uma política pública. Hoje, nós temos o SUAS, que é o Sistema Único de Assistência Social. Já o assistencialismo é outra coisa: está vinculado à caridade (3º setor).
Essas ONGs nada mais fazem do que contribuir para a garantia de direitos do cidadão naqueles espaços onde o poder público muitas vezes não chega
Vereadora Professora Josete