Além da vitória do presidente Lula, PT elegeu quatro governadores e ampliou presença nos legislativos

Com o aval de 60 milhões 345 mil 999 eleitoras e eleitores, Luís Inácio Lula da Silva (PT) será reconduzido à presidência em 2023. Uma vitória apertada (50,9% contra 49,1%), mas que permite ao país voltar a pensar em desenvolvimento econômico e social após seis anos de estagnação e ataques à Constituição Federal.

Já em seu primeiro discurso, concedido logo após ao veredito das urnas, dia 30/10, Lula ressaltou a necessidade de uma guinada na administração do Brasil. “É preciso reconstruir a alma deste país, recuperar a generosidade, a solidariedade, o respeito às diferenças e o amor ao próximo”, disse lula em referência ao ódio e à intolerância propagados pelo candidato derrotado no segundo turno.

Lula faz pronunciamento minutos após a vitória nas urnas. Foto – Ricardo Stuckert

Mesmo com a diferença gritante entre os dois projetos de país colocados para a população, Lula frisou que será o presidente de todos os cidadãos. “Vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para aqueles que votaram em mim”, ressaltou o futuro presidente projetando uma realidade de paz entre a população.

Na Câmara Municipal de Curitiba, já na segunda-feira após as eleições (31/10), a vereadora Professora Josete fez questão de ressaltar em plenário a vitória do Partido dos Trabalhadores. “O PT e o Lula renascem nesse processo eleitoral feito fênix. Tentaram nos destruir, mas aqui estamos, mais firmes do que nunca. Isso aconteceu porque temos uma militância aguerrida e um projeto de país”, afirmou a vereadora.

Proporcionais

O processo de reconstrução do país também dependerá do poder legislativo. O PT está mais forte na Câmara, no Senado e nas assembleias estaduais, o que prova o quanto o Partido está enraizado na sociedade brasileira.

Professora Josete em atividade de campanha. Foto – Leonardo Costa

O número de deputadas e deputados federais do Partido subiu de 56 para 68. O PT terá a segunda maior bancada no Congresso Federal. Vale destacar ainda que o número de mulheres subiu de 10 deputadas federais do PT eleitas em 2018 para 18 em 2022.

Falando em deputada federal, a vereadora de Curitiba, Carol Dartora, sagrou-se a primeira deputada federal negra da história do Estado do Paraná, com 130 mil 654 votos. No Paraná, o PT passou de três para cinco representantes: Gleisi Hoffmann (261.242 votos), Carol Dartora, Zeca Dirceu (123.033 votos), Ênio Verri (95.171 votos) e Tadeu Veneri (84.758 votos).

No Senado, o PT também ampliou sua representação: pulou de sete para nove senadores. É a terceira maior bancada.

Assembleia Legislativa

O Partidos dos Trabalhadores do Paraná pulou de quatro para sete deputados estaduais. Além de Luciana Rafagnin (46.823 votos), Professor Lemos (119.915 votos), Arilson Chiorato (76.788 votos) e Requião Filho (85.676 votos), que já eram deputados/a, foram eleitos o Renato Freitas (57.880 votos), que atualmente é vereador de Curitiba, a Ana Júlia (51.845 votos) e o Dr. Antenor (36.387 votos).

Professora Josete em atividade de campanha. Foto – Leonardo Costa

Com 24.402 votos, a vereadora de Curitiba, Professora Josete ficou na primeira suplência. Em todas as assembleias legislativas do país o PT pulou de 85 para 113 representantes, 34 mulheres e 84 homens.

A luta continua

O avanço do Partido dos Trabalhadores infelizmente não traduz uma tendência progressista na Câmara e no Senado. Ao mesmo tempo, o PL, partido do atual presidente da república, saiu fortalecido do pleito enquanto partidos de esquerda perderam espaço.

Isso significa dizer que não haverá vida fácil. Para que o Brasil volte a trilhar no rumo do desenvolvimento será preciso que o povo participe do processo e dê a sustentação necessária, pressionando os parlamentares para que apoiem a retomada do desenvolvimento.

Para o professor aposentado e doutor e Desenvolvimento Econômico, Lafaiete Neves, esse trabalho de “conquista” começa já. “Teremos que priorizar nosso tempo, direcionar nossos movimentos, instituições, partidos e sindicatos para a formação política, visando consolidar uma visão de mundo que construa uma luta libertária para vencer ideologicamente a sociedade esse nazifascismo que veio para ficar e nos derrotar no dia a dia e daqui a 4 anos,” alertou Neves.

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