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Com o intuito de “cortar despesas”, o novo plano de governo de Michel Temer conta com o fim de vários programas sociais que beneficiaram a educação nos últimos 14 anos

 

 

O Brasil conta com cerca de 13 milhões de analfabetos, o que equivale a 8,3% da população de 15 ou mais anos. Além disso, tem uma das piores taxas de analfabetismo da América do Sul, ficando atrás de países como a Argentina (que conta com 2% da sua população) e Cuba (0,3%). A meta da Unesco para a população analfabeta em 2015 era de 6,7%, porém o país ficou 1,6% abaixo da meta. Ainda assim, a gestão do atual chefe do executivo Michel Temer, sob o comando do Ministro da Educação Mendonça Filho, cortou o programa Brasil Alfabetizado, que já ajudou mais de 4 milhões de brasileiros a sair do analfabetismo entre os anos de 2002 e 2014, de acordo com o IBGE. Além disso, foram cortados em R$120 milhões os orçamentos de programas como o Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Pro Jovem.

Tais medidas são reflexo do projeto político do presidente Temer, que em seu discurso de posse, nesta quarta-feira (31), disse ser “necessário diminuir as despesas para pagar as dívidas”. No entanto, no mês de junho, já sob comando do então interino Temer, o Senado aprovou um reajuste de cerca de 41% para os servidores do judiciário, incluindo juízes, o que acumula um impacto de quase R$2 bilhões às contas do governo. A necessidade de “cortar despesas” proposta por Temer não justifica os cortes na educação básica e superior, que incluem o fim do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do programa Ciência sem Fronteiras para a graduação.

“Isso demonstra qual é o projeto de ação que ele [Michel Temer] tem começado a colocar em prática”, disse a vereadora Professora Josete durante o grande expediente da Câmara Municipal de Curitiba da última segunda-feira (30). “Isto é totalmente contrário àquilo que nós sempre defendemos, que é priorizar a educação e o combate do analfabetismo, a garantia da qualidade do ensino, o acesso das nossas crianças, jovens e adultos à escola pública e ao ensino superior para que possam se tornar cidadãos e cidadãs que têm a sua autonomia e que possam contribuir para o desenvolvimento do nosso país”, complementou a parlamentar.

Para Josete, é inadmissível que retrocessos como a falta de interesse de um governo em apoiar as necessidades básicas da população, como a educação, passem despercebidos. “Além disso, é necessário que o município de Curitiba tome medidas no sentido de garantir o atendimento desses jovens e adultos através de programas e abrindo mais vagas nas escolas municipais de Curitiba”, afirmou a vereadora. Enquanto educadora e professora da rede pública municipal, Professora Josete mostrou indignação frente às medidas tomadas no cenário nacional quanto à educação e garante que a luta contra os retrocessos não cessarão.

 

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