do Sismuc
Os servidores municipais da Saúde decidiram, em assembleia realizada na tarde de ontem (30), pela manutenção da greve nas Unidades de Saúde (US) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba.
Ao lado da falta de condições de trabalho, o segmento avalia que não há segurança sobre o pagamento das pendências e dos acordos não cumpridos pela gestão.
A mesa de negociação de ontem não contou com a presença do prefeito Gustavo Fruet, que justificou outra agenda. Participou o secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, e Meroujy Cavet, secretária de Recursos Humanos. Por sua vez, os servidores foram representados pela direção do Sismuc e por representantes de todos os segmentos da categoria.Na avaliação feita em assembleia, a mesa de negociação da Prefeitura não deu garantias de resolução dos problemas e não avançou na incorporação das gratificações, sem perdas, para os servidores.
Com isso, os servidores continuam sujeitos ao “não cumprimento da fatídica pauta do dia 3 de fevereiro”, como afirma Ana Paula Cozzolino, em referência à ata da suspensão da greve de fevereiro, quando a gestão havia se comprometido com pagamentos retroativos de dezembro em relação aos novos pisos salariais, pagamento de horas-extras e Descanso Semanal Remunerado (DSRs), e a realizar incorporações sem perdas.
Proposta oficial e questões pendentes
Agora, a gestão apontou a antecipação do pagamento, para o dia 10 de abril, em parcela única, dos valores retroativos a dezembro, com divulgação de contracheque no dia 6 de abril. A gestão divulga também que, no mês de abril, pagará a segunda parcela das horas extras e DSRs residuais de 2014
Porém, sobre o polêmico ponto de incorporação do Incentivo ao Desenvolvimento de Qualidade (IDQ), não houve avanço na proposição oficial, além de medidas já apresentadas, caso da formação de um grupo de trabalho para debater o tema.
A pauta dos servidores da saúde segue pendente. A defesa do sindicato é pelo cumprimento dos acordos já firmados: 10% sobre o vencimento de cada servidor, a título de Qualifica SUS, e de 10 a 30% também sobre o vencimento de cada servidor, a título de Difícil Provimento.
“Não queremos nenhum centavo a menos”, defende Irene Rodrigues, da coordenação do Sismuc. Na defesa dos servidores, a incorporação da gratificação deve se dar sobre o salário base e não no vencimento total do servidor.
Sobrecarga do trabalho nas unidades
Muitos servidores levantaram a questão de que o atendimento nas unidades já convive com precarização e falta de profissionais.
O número adequado de profissionais em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) é de 18 profissionais, mas o quadro atual médio é de oito trabalhadores.
Na atual greve, o acordado com a gestão é a manutenção de 20% do quadro de profissionais, centrados nos casos de emergência. Servidores informam a Imprensa do Sismuc de que em algumas unidades há coação para a não adesão à greve.
“Há chefias na recepção pressionando funcionários, justificando que vão sofrer perseguição”, afirma trabalhadora de unidade de saúde no bairro Campo Comprido.