Servidores públicos do Paraná estão neste momento cercando a Assembleia Legislativa do estado para impedir a entrada dos deputados no prédio. O objetivo é impedir a votação do chamado “pacote de maldades” do governador Beto Richa, que, entre outras coisas, prejudica a carreira dos professores estaduais e retira R$8 bilhões da previdência de todos os servidores do estado. O movimento está sendo organizado principalmente pela APP-Sindicato, mas conta com apoio de diversos outros sindicatos e entidades.
Há informações de que a mesa diretora da Assembleia estaria tentando transferir a votação para o Canal da Música. Segundo o professor Hermes Leão, presidente da APP, já há pessoas da APP no local para evitar que a votação aconteça. O deputado Nereu Moura (PMDB) subiu ao caminhão de som da manifestação para informar que os celulares dos deputados que são contrários ao pacotaço estão desligados, evitando assim que eles sejam notificados de qualquer mudança de local, o que impossibilitaria a votação.
“Hoje é dia de resistência. Nossa manifestação é para abrir o diálogo. Desde o início queremos conversar”, apontou a professora Marlei Fernandes, diretora da APP. A categoria está em greve desde a última segunda-feira. Mesmo que as medidas do governo sejam rejeitadas, professores e professoras devem se manter mobilizados, uma vez que a pauta de reivindicações é muito grande e inclui o pagamento de salários em atraso, a retomada imediata de projetos educacionais abandonados e a abertura ou a reabertura de turmas e matrículas para evitar a superlotação das salas.
O último ponto foi apoiado nesta quinta-feira inclusive por estudantes presentes no ato. Alunos e alunas do Colégio Estadual do Paraná lembraram ao governador, através de um grito de guerra, que as salas de aula não são “latas de sardinha”. Segundo a APP, há informações de que 2400 turmas foram fechadas no estado.