Hoje, 10 de dezembro de 2014, a Comissão Nacional da Verdade(CNV) apresentou o relatório final que examina as violações dos direitos humanos entre 1946 e 1988.
Elaborado após 2 anos e 7 meses de trabalho, o relatório conta com 1.117 depoimentos e percorreu 20 estados em 80 audiências públicas.
Crimes
Segundo o relatório, 434 pessoas foram mortas ou desaparecidas durante o regime ditatorial, mas o número pode ser maior, devido às dificuldades encontradas para investigar os crimes contra indígenas e camponeses.
Cerca de 300 militares ou agentes do estado foram identificados como os responsáveis pelas torturas, execuções, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres.
O relatório
O texto final da Comissão Nacional da Verdade está dividido em três volumes. O primeiro explica as atividades da CNV, as violações dos direitos humanos e conclusões e recomendações.
No segundo volume, os crimes contra a humanidade estão divididos de acordo com os segmentos sociais: militares, trabalhadores urbanos, camponeses, povos indígenas, membros de igrejas cristãs, LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), professores e estudantes universitários.
O segundo volume também aborda a resistência e a influência de empresários no golpe militar.
Já o terceiro volume descreve a história dos 434 mortos ou desaparecidos políticos.
Segundo a CNV, o relatório não representa o fim das investigações contra os crimes cometidos na ditadura e que futuros trabalhos podem aumentar o número de mortos ou desaparecidos.
Dilma
Ao receber o relatório na manhã desta quarta-feira, a presidenta Dilma Rousseff se emocionou e chorou quando, em seu discurso, fazia referência aos brasileiros que perderam parentes e amigos no combate à ditadura.
Ex-presa política, a presidenta afirmou em seu discurso que o documento elaborado ao longo de dois anos e sete meses ajuda o Brasil a “se reconciliar consigo mesmo” após as duas décadas de regime militar.
Site
O relatório está disponível ao público na página da Comissão Nacional da Verdade. Acesse o link.