Quinze anos depois, vai a julgamento na quinta-feira, 20, o acusado do assassinato da fotógrafa curitibana Leila Cristina Wright. Em novembro de 1997, aos 36 anos de idade, Leila foi encontrada morta em sua casa, no bairro Jardim Social, vítima de 27 facadas. Nos pulsos havia sinais de que Leila fora amarrada.
O acusado é um primo da vítima, Pedro de Castro Novak. A acusação é de crime passional. Há também indícios do envolvimento de Pedro com drogas e de que ele estaria extorquindo a vítima.
Na porta da casa de Leila não havia sinais de arrombamento, o que demonstra que ela pode ter permitido a entrada do assassino. “Os dois cresceram praticamente juntos”, conta hoje o irmão de Leila, João Paulo Wright.
Leila e João Paulo são filhos do militante de esquerda Paulo Stuart Wright, que teve o mandato de deputado estadual de Santa Catarina cassado em 1964 e em 1973 desapareceu na Operação Bandeirante.
O acusado do assassinato, Pedro de Castro Novak, foi preso dois anos após o crime, mas passou apenas alguns meses na prisão. Desde então, aguarda o julgamento em liberdade.
No inquérito, estão arroladas seis testemunhas, então vizinhos de Leila, além de uma gravação com ameaças feita para o telefone da vítima cerca de duas semanas antes do crime. O maior receito do irmão, João Paulo, é o comportamento das testemunhas durante o julgamento. “O crime foi de uma violência muito grande. Você não imagina o medo das testemunhas. Uma moça chegou a desmaiar no depoimento”, conta. “E se por acaso a gente não consegue a condenação, como fica?”, questiona.
O julgamento acontece na quinta-feira, 20, no Tribunal do Júri (Praça Nossa Senhora de Salete, s/nº, Centro Cívico), a partir das 13 horas.