A sugestão ao Executivo para a retirada do restaurante “Mesa Solidária” do centro de Curitiba foi reprovada pela Secretaria Municipal de Segurança Alimentar.
Segundo a proposta, que foi apoiada por 17 vereadores e vereadoras, o programa, que oferece cerca de 850 refeições gratuitas por dia a pessoas em situação de vulnerabilidade social, deveria ser movido para uma região afastada da Cidade.
De acordo com o secretário municipal de segurança alimentar e nutricional, Luiz Dâmaso Gusi, a sugestão não será acatada. Para ele, o programa deve vai continuar no Centro por que está atingindo resultados positivos com relação ao acesso da população. Gusi ainda contestou a sugestão dos vereadores: “essas pessoas não permanecem no Centro só por conta da alimentação”.
A sugestão – Liderada pelo vereador de extrema-direita, Eder Borges (PP), a sugestão tinha como objetivo transferir o restaurante Mesa Solidária para “zonas marginalizadas como a Vila Torres ou Parolin”.
Em seu discurso, Eder declarou que “o Mesa Solidária estimula a população de rua a permanecer no centro da Cidade, quando na verdade o que nós devemos fazer é desestimular que essas pessoas frequentem a Região”.
Resposta – Eder recebeu críticas de parlamentares da oposição: a vereadora Professora Josete (PT) destacou que a proposta é higienista e que os favoráveis precisam empregar um olhar mais humanizado sobre o tema.
“Não é segredo para ninguém aqui que Curitiba é uma das capitais mais desiguais da América Latina. Aqui, poucos têm uma renda altíssima, enquanto muitos têm baixa ou nenhuma. Eu acredito que nós precisamos de políticas efetivas de inclusão social, e Curitiba ainda está engatinhando nisso,” afirmou a vereadora.
Como votaram? – Antes da votação do requerimento, a Professora Josete propôs que o modelo fosse de votação nominal, ou seja, registrando os nomes dos vereadores contrários e favoráveis. No entanto, essa sugestão foi barrada por 19 votos a 6.
Em seguida, a sugestão de mudança do Mesa Solidária foi aprovada por 17 votos, de vereadores anônimos, contra 6.
Dos 6 vereadores contrários, 5 justificaram seu voto e pontuaram os problemas nítidos na sugestão. Foram eles: Professora Josete (PT), Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), Professor Euler (MDB), Herivelto Oliveira( CID) e Pier Petruzziello (PP).