A violência contra a mulher foi abordada nesta terça-feira (12), na Câmara de Curitiba, pela Professora Josete (PT). A vereadora apresentou em plenário uma reportagem em vídeo chamada “Sozinhas”, produzida Diário Catarinense, que retrata o drama sofrido por mulheres vítimas de violência na área rural, fenômeno ainda invisível para maioria. “Historicamente o campo é um espaço de dominação masculina, onde a violência contra as mulheres se acentua por várias razões, como isolamento das propriedades, falta de vizinhos por perto”.
A dificuldade de comunicação e a distância dos serviços de proteção, como delegacias de polícia e abrigos, são outros agravantes. “As mulheres do campo têm mais vergonha e medo de denunciar ameaças, temendo represálias. Muitas não têm para onde ir devido à distância e por estarem longe de abrigos onde possam serem encaminhadas”, comenta Josete.
Ao trazer o debate ao legislativo, a vereadora avaliou a atual conjuntura em relação à políticas públicas voltadas às mulheres. Ela apontou retrocessos desde o golpe que derrubou a ex-presidenta Dilma Rousseff, citando como exemplo o desmonte da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. “Infelizmente não vemos perspectiva de melhora neste sentido. Não é o perfil do novo governo e isso nos preocupa. As agressões e os feminicídios estão aumentando. Temos visto diariamente notícias neste sentido e temos um governo que não coloca esse enfrentamento como prioridade”.
O cenário no município de Curitiba, segundo a parlamentar, não difere. Ela recorda que a gestão do prefeito Rafael Greca extinguiu a Secretaria Municipal Extraordinária das Mulheres. “A Casa da Mulher Brasileira foi uma grande conquista para Curitiba, um projeto que surgiu no governo Dilma, mas ela precisa estar interligada com outras políticas públicas que busquem o enfrentamento as violências física, psicológica e financeira das mulheres”, comentou.
Em seu pronunciamento, Professora Josete cobrou a participação de toda a sociedade no enfrentamento à violência e ao feminicídio. “Homens e mulheres têm que se envolver, pois a maioria dos homens também não concorda com essa situação e com esse tipo de violência”, finalizou.