Foto: Joka Madruga

Como parte das celebrações ao Dia Internacional das Mulheres, a Câmara Municipal de Curitiba realizou na noite de quinta-feira (8), uma sessão solene onde 32 mulheres foram homenageadas em várias áreas de atuação na capital paranaense. Os nomes foram sugeridos pelas oito vereadoras da cidade, que puderam indicar até quatro pessoas cada.

O mandato da Professora Josete (PT) homenageou mulheres com atuação nas áreas da comunicação, música, educação e direitos humanos. “Foi importante essa homenagem para darmos visibilidade a ação de nossa organização, a Terra de Direitos, e reafirmar a importância do combate ao machismo para a construção de uma transformação social ampla e emancipadora, rumo à uma sociedade livre de opressões”, comentou Sara Regina Gorsdorf, uma das homenageadas, fundadora da Organização Terra de Direitos e articuladora do primeiro Tribunal Internacional dos Crimes do Latifúndio no Paraná.

Representante da Associação Brasileira de Atenção e Apoio à Pessoa Idosa (Abraapi) em Curitiba, a professora Miriam Bialli destaca que a honraria recebida foi um reconhecimento a atuação da entidade que representa no município há quatro anos. “É importante para promover nossa entidade e melhorar a condição de todas as pessoas idosas. Fico muito agradecida à Professora Josete e também agradeço ao grupo que me acompanha na Abraapi. Esse prêmio é estendido a todas as elas”. Miriam, que trabalhou 32 anos na rede municipal de ensino, esteve na sessão acompanhada de sua mãe Sofia Choinski Kloster, que aos 81 anos conheceu o legislativo curitibano.

Para a jornalista Ednubia Ghisi, do Brasil de Fato, a homenagem recebida é um reconhecimento a todas as mulheres que atuam na comunicação popular e no jornalismo alternativo. “Essas comunicadoras e jornalistas têm papel estratégico neste momento de golpe e de manipulação da informação no país. É uma homenagem que eu recebo em nome de todas essas companheiras”, destaca.

A jornalista lembrou que a produção nacional do Brasil de Fato é feita em sua maioria por mulheres. Elas estão na reportagem, edição, diagramação e fotografia. Em virtude disso, Ednubia afirmou que o prêmio tem um simbolismo maior. Ao receber o diploma, a editora do Brasil de Fato fez um protesto levando um cartaz com os dizeres “Fora Temer, Fora Richa, Fora Greca”.

Foto: Lia Bianchini

A quarta homenageada pelo mandato, a cantora e compositora Janine Mathias não pode comparecer a sessão por compromissos de agenda em São Paulo. Ela foi representada por Niceli Silva, que recebeu o diploma das mãos da vereadora.

Luta contra retrocessos – Apesar da sessão alusiva acontecer anualmente, Professora Josete ressalta que esse ano a solenidade alusiva ao Dia Internacional da Mulher teve um significado diferente por tratar-se de um período de retrocessos de conquistas obtidas pelas mulheres ao longo das últimas décadas. Para ela, o evento também foi um momento de reflexão.

A parlamentar cita como exemplo deste retrocesso o desmonte da Secretaria Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres, que nos governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff tinha status de ministério e que, após o golpe, ficou subordinada ao Ministério da Justiça. Já na esfera municipal, ela destaca o fim da Secretaria Municipal Extraordinária da Mulher, criada pela gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet e extinta logo após a posse do prefeito Rafael Greca.

Confira abaixo um breve histórico das mulheres que serão homenageadas pelo mandato da vereadora Professora Josete.

Foto: Joka Madruga

Ednubia Ghisi – Jornalista formada pela Universidade Positivo, por meio do Programa Universidade Para Todos (Prouni); pós-graduada em Comunicação e Sociedade pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); editora do jornal Brasil de Fato; jornalista do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR); integrante da coordenação do Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo (Cefuria) e diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR).

Niceli, que representou Janine na sessão. Foto: Joka Madruga

Janine Mathias – Natural de Brasília, mas nasceu musicalmente em Curitiba quando assumiu seu ofício de cantora e compositora. Após lançar o seu primeiro EP “Eu Quero Mergulhar” em 2012, ela não parou. Além de ter seu reconhecimento em diversas premiações artísticas e se apresentado ao lado de artistas nacionais e internacionais, em seis anos de carreira ela se consagrou em todo território nacional. Com duas turnês realizadas com teatros lotados, e ainda com os shows do projeto Samba da Nega, em cartaz desde 2014, apresentado em diversos espaços culturais e assistido por mais de 40 mil pessoas. Neste ano, a cantora vai lançar o seu novo disco intitulado “Dendê”.

Foto: Joka Madruga

Miriam Bialli – Nascida em Curitiba, filha de Sofia Choinski Kloster e Hilário Gaspar Kloster. Casada com José Guilherme Bialli e mãe de Henrique Thiago e Heloísa e avó de André Felipe. Professora aposentada da Rede Municipal, onde trabalhou por 32 anos. É graduada em Estudos Sociais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Depois de aposentada, aos 60 anos, graduou-se em Letras/Português pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Como alfabetizadora e professora de Geografia e História, procurou sempre transmitir e disseminar seu amor pela Leitura e Literatura aos estudantes. Fundadora da Associação do Magistério Municipal, depois transformado em Sindicato do Magistério Municipal. Integra o Coletivo de Aposentados da entidade. Há 4 anos dedica-se à causa da Pessoa Idosa na Associação Brasileira de Atenção e Apoio à Pessoa Idosa (ABRAAPI). Nesse tempo buscou conhecer mais de perto a realidade dos idosos albergados em Instituições de Longa Permanência para Idosos e, com suas parceiras, realizou diversas campanhas de arrecadação de itens necessários ao cotidiano dos idosos nas chamadas “casas lares”.

Foto: Joka Madruga

Sara Regina Gorsdorf – Com 67 anos, Sara é mãe, feminista e militante de direitos humanos e fundadora da Organização de Direitos Humanos Terra de Direitos. Articuladora do primeiro Tribunal Internacional dos Crimes do Latifúndio no Paraná, há 15 anos, ocasião em que a Terra de Direitos foi criada. Referência no trabalho com direitos humanos no Brasil. Desde 2002 exerce o cargo de Coordenadora Administro-Financeira da Organização e atua como articuladora política da incidência institucional na temática do direito à cidade. Integrou a rede de trabalho do projeto de Regularização Fundiária do Bolsão Sabará – caso que concedeu prêmio à Innovare à Terra de Direitos. Colaborou na criação de diversos espaços de rede relacionadas às políticas públicas, produção do espaço e garantia de direitos, como o Observatório de Políticas Públicas do Paraná, o grupo Cidade em Debate e o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas. De 2008-2011 integrou o Conselho Estadual das Cidades do Paraná.

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