A vereadora Professora Josete foi uma das quatro parlamentares que votaram pela rejeição das contas da Câmara Municipal de Curitiba no ano de 2004, durante a gestão de João Cláudio Derosso como presidente da casa. A maioria dos vereadores, entretanto, decidiu pela aprovação. Ao todo, foram 22 votos sim, quatro não e duas abstenções. A sessão foi marcada pela ausência da maioria dos parlamentares no plenário durante o debate.
O Tribunal de Contas aprovou as contas de 2004 na Câmara depois de fazer algumas ressalvas em função de problemas na remuneração dos vereadores, na falta de retenção do INSS dos parlamentares, na reposição salarial acima da inflação e descontos dos servidores em porcentuais divergentes da legislação.
Após vários recursos administrativos ao TCE, o Tribunal de Contas reviu o parecer original de Ivens Linhares, dado em 2009, e declarou as contas regulares em 2011. O parecer do relator na Câmara, vereador Mauro Ignácio (PSB), foi fiel ao relatório do Tribunal, aprovando as contas.
Josete justificou o voto contrário apontando a falta de transparência da gestão Derosso e as contradições do Tribunal de Contas. “Eu não tive acesso aos contratos da época. Além disso, o Tribunal de Contas já aprovou contas de outro ano da gestão Derosso e depois voltou atrás. Nada me garante que não vá voltar atrás mais uma vez. Por isso eu não me sinto segura para aprovar estas contas”, apontou. Os contratos da Câmara só passaram a ser disponibilizados a partir de 2010.
Como já fez diversas outras vezes, Josete criticou a falta de uma equipe técnica na Comissão de Economia da Câmara para lidar com este tipo de matéria. “Nós não temos uma equipe técnica na Comissão de Economia que possa avaliar as contas tanto do legislativo quanto do executivo. Isso prejudica qualquer avaliação que possamos fazer”, salientou.
Contas de Taniguchi adiadas
A pedido do vereador Chicarelli (PSDC), as contas da gestão do ex-prefeito Cássio Taniguchi, que também seriam votadas hoje, foram adiadas por uma sessão. A justificativa foi a ausência do relator, vereador Sabino Pícolo (DEM), no plenário. Josete criticou o adiamento. “Eu não entendi por que vereadores e vereadoras votaram a favor deste adiamento. Nós temos elementos para fazer o debate. Lamento que foi adiado porque é um problema sério, as contas são de 2002 e já estamos em 2016”, argumentou.