Desde junho do ano passado, quando milhares de pessoas foram às ruas do país mostrar uma insatisfação difusa, uma pauta manteve-se homogênea. Independentemente da ideologia, o anseio popular por mudanças na forma de se fazer política no Brasil manteve-se como uma reivindicação geral da população. A presidenta Dilma Roussef chegou a sinalizar a criação de uma reforma política em rede nacional, mas a promessa acabou murchando com a falta de interesse de deputados e senadores. Neste ano, movimentos sociais e populares estão se mobilizando para a criação de um plebiscito popular perguntando se a população é a favor ou não da reforma..
Em discurso hoje (14) na Câmara dos Vereadores, a vereadora Professora Josete defendeu o plebiscito, reafirmando a importância da participação popular na política. “A Constituição de 1988 fala tanto da democracia indireta, que nos fez ser eleitos nesta casa, como da democracia participativa. Como legisladores, é importante estarmos atento a este plebiscito, que tem origem em uma demanda legítima. Precisamos retomar este encaminhamento da presidenta Dilma, para debater o sistema atual e promover mudanças”, argumentou.
Entre os pontos que necessitam de um debate aprofundado, Josete listou o financiamento das campanhas, a paridade entre homens e mulheres e a mudança no sistema bicameral – que engloba Senado e Câmara dos Deputados. “Há uma diferença entre reforma política e reforma eleitoral. O que nós pretendemos é uma reforma política, com mudanças profundas”, salientou.
Josete lembrou ainda que o Partido dos Trabalhadores, em congresso de 2007, já havia apontado a necessidade de uma reforma política “livre, soberana e democrática”.
Nos últimos dias, tanto a presidenta Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Lula afirmaram apoiar a necessidade de uma assembleia constituinte exclusiva para debater a reforma política. “Acho que a principal reforma que o Brasil precisa é a Reforma Política. E estou convencido que esse Congresso não a fará. É muito difícil que as pessoas aceitem mudar o seu próprio status quo. Então, sou favorável a uma Constituinte Exclusiva para fazer a Reforma Política. Não tem outro jeito”, defendeu Lula em uma conversa com blogueiros na semana passada.
O plebiscito, que deve ser composto apenas com a pergunta “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?” deve ser realizado entre 1º e 7 de setembro em diversos pontos do país. Acesse aqui a página paranaense do movimento no Facebook.