Dia 20 de junho é o Dia Internacional dos Refugiados. Destino de um número expressivo de refugiados e migrantes, Curitiba tem muito o que refletir sobre essa temática.
Vale dizer que refugiados são aqueles que deixaram seu país por conta de guerras ou desastres naturais e, pelo menos por hora, não podem retornar. Já os migrantes, que são estrangeiros que saíram do país de origem para buscar melhores condições de trabalho e de estudo.
As maiores comunidades de refugiados e migrantes em Curitiba são de venezuelanos e haitianos. Para se ter ideia, Curitiba é a cidade brasileira que mais acolhe refugiados da Venezuela, são cerca de 6 mil pessoas, superando o total de Manaus, cidade mais próxima da fronteira, e até mesmo de São Paulo, maior Cidade do País.
Não conseguimos dados sobre número de haitianos na Cidade, mas, de acordo com a União da Comunidade dos Estudantes e Profissionais Imigrantes – UCEPH -, em todo o Paraná são cerca de 19 mil, distribuídos principalmente em Curitiba e Cascavel.
Segundo o Censo Escolar 2020, são quase 2 mil alunos desses países matriculados nas escolas da nossa cidade. Deles, 1.115 são venezuelanos e 778 haitianos.
Dificuldades dos refugiados em Curitiba
Ao chegar na Cidade, além do preconceito, as famílias de refugiados enfrentam uma série de problemas. Dentre eles, a falta de abrigo imediato e disponibilidade de emprego estão entre os mais relevantes.
Nesse sentido, uma pesquisa da Cáritas revelou que a falta de informação sobre a nova cidade de origem atinge 2 a cada 3 famílias dos refugiados que chegam ao Brasil.
Assim, fica evidente a necessidade de políticas públicas na capital para acolher essas populações.
No primeiro momento, buscar teto, alimentação e um caminho para estabelecer-se pode ser muito confuso, especialmente àqueles que não falam português.
Semana da Imigração
O Dia dos Refugiados integra o que chamamos de semana da imigração, que compreende o dia do migrante, 19 de junho, e o dia imigrante; 25 de junho. São datas importantes para o acolhimento de nossas irmãs e irmãos estrangeiros, que nos lembram da necessidade de políticas públicas para integra-los com dignidade em nosso país!
Refugiados e migrantes pelo Brasil e pelo mundo
No Brasil, só em 2020, recebemos mais de 30 mil pedidos de refúgio de 113 nacionalidades diferentes, sendo 60,2% venezuelanos e 22,9% haitianos, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Também em 2020, o World Migration Report (2020), órgão que integra a Organização Internacional para as Migrações (OIM), estimou que havia, no mundo, mais de 272 milhões de pessoas em situação de migração, o que corresponde a 3,5% da população mundial.
Serviço:
Órgãos de acolhimento em Curitiba
União da Comunidade de Estudantes e Profissionais Haitianos (Uceph):
É uma organização que presta assistência social a cerca de 2 mil imigrantes e refugiados vivendo em Curitiba. Criada em 2017 por um grupo de estudantes haitianos da UFPR, a associação já auxiliou na emissão de 800 Registros Nacionais de Migração.
Em reconhecimento, a Uceph recebeu a Declaração de Utilidade Pública em 2022, solicitada por Carol Dartora (PT) enquanto vereadora de Curitiba.
Casa da Acolhida para a Família Migrante:
Trata-se de um programa da Prefeitura, coordenado pela FAS, localizado no Alto Boqueirão. Lá, acolhe, protege e integra migrantes refugiados, com prioridade para estrangeiros, na cidade. Serve para o primeiro momento de chegada dos refugiados.
Centro Estadual de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas do Paraná (CEIM/PR):
Localizado em Curitiba, o órgão é o único do tipo gerido por um governo estadual no país. Sua responsabilidade é de fornecer informações essenciais para os refugiados que chegam ao Paraná.
Prontamente, as pessoas atendidas são orientados quanto ao acesso aos serviços públicos estaduais e municipais, respeitando as especificidades de cada população.
Além disso, já realizou parcerias com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), promovendo mutirões de empregabilidade.
Cáritas (PR):
Como uma das 170 entidades membro da Cáritas, forte organismo de apoio à ação social da Igreja, re-inaugurou, em maio de 2023, o Centro de Acolhida e Integração Santa Dulce dos Pobres.
A fim de acolher migrantes e refugiados em Curitiba, com abrigo pelo período de três meses, a casa atende com encaminhamentos para vagas de empregos, bem como acesso aos serviços públicos de assistência social, educação, saúde e jurídicos. O Centro prioriza famílias e mães solo.