Hoje, 5 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, uma ocasião importante para refletir sobre a o desenvolvimento sustentável em Curitiba. Nos anos 90, nossa cidade foi referência em planejamento urbano e práticas sustentáveis, mas será que ainda mantemos essa reputação?
Para descobrir, vamos analisar alguns dados recentes:
Reciclagem e Gestão de Resíduos
Segundo o Ranking da Reciclagem de 2018, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), Curitiba ocupa o sexto lugar entre as capitais brasileiras em reciclagem. No entanto, isso está longe de ser ideal. Apenas 2,01% dos resíduos sólidos urbanos coletados são efetivamente reciclados, revelando uma necessidade significativa de melhora.
Um estudo da UTFPR também avaliou o desempenho da cidade em relação à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e apresentou um resultado um pouco mais otimista: 5,7% dos resíduos coletados são encaminhados para reciclagem. No entanto, apenas 57,6% desses resíduos são efetivamente reaproveitados.
Poluição do Ar: Enfrentando Desafios Ambientais
Apesar de ser conhecida como uma “cidade ecológica”, Curitiba enfrenta sérios problemas relacionados à poluição atmosférica. É considerada a sétima capital brasileira com maiores emissões de gases na atmosfera.
Além disso, mais estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelaram que Curitiba está entre as cinco cidades com a pior qualidade do ar no país. O aumento no número de veículos e a falta de políticas eficazes para reduzir as emissões têm contribuído para esse cenário preocupante.
Decadência do transporte sustentável
Até hoje há apenas uma forma de transporte público na capital paranense: Os ônibus. Mesmo assim, as políticas públicas em anos recentes foram de aumento no preço das passagens (hoje a mais cara entre as capitais do brasil) e pouquíssima expansão.
O resultado é a queda do número de passageiros em 28,1% na Região Metropolitana nos últimos sete anos. Segundo a Amep, em 2022, a média registrada foi de 62,9 milhões, enquanto em 2015, cerca de 87,5 milhões de passageiros utilizaram o serviço.
Enquanto isso, no transporte alternativo, há evolução, porém é lenta:
De acordo com a Aliança Bike, organização voltada para a promoção do uso da bicicleta, Curitiba não se sobressaí em termos de quilometragem de ciclovias. A cidade ocupa apenas a sétima posição no ranking das capitais em quilômetros de ciclovias, com apenas 12,8 km para cada 100 mil habitantes.
Conclusão: Caminhos para uma Curitiba sustentável
Diante desses desafios, é crucial que a Prefeitura de Curitiba vá além do marketing e adote medidas concretas para recolocar a cidade na vanguarda da sustentabilidade e do respeito ao meio ambiente. Projetos de lei com foco na sustentabilidade e ações efetivas são necessárias para revitalizar a capital ecológica que um dia fomos e retomar nosso papel como exemplo para outras cidades.