Projeto de Lei prevê reajuste de 7,17% e desconsidera perdas históricas de 18,98%
Será votado na próxima terça-feira, 29/11, o Projeto de Lei que trata da recomposição salarial do funcionalismo municipal. Embora a perda salarial dos protagonistas do serviço público gire em torno dos 26%, o Projeto contempla apenas a inflação dos últimos 12 meses: 7,17% (IPCA).
Se analisarmos que a arrecadação da Prefeitura vem crescendo – em 2021 houve aumento de 13,6% -, o índice proposto pelo prefeito é mais uma prova de que o serviço público não é prioridade para a atual gestão.
Entre os motivos desse ‘conforto financeiro’ está justamente o não pagamento dos direitos do funcionalismo. “No pacotaço de 2017, além de congelar as carreiras do funcionalismo, a prefeitura se apossou de 600 milhões do IPMC. Nada mais justo que agora, com as contas em dia, o prefeito reconhecesse o esforço dos servidores” defendeu Josete.
De acordo com estudos presentes no próprio Projeto de Lei, o reajuste de 7,17% terá impacto anual de R$ 232 milhões. Enquanto isso, o superávit primário de 2021, que é a diferença entre o que a Prefeitura gasta e arrecada, ficou na casa dos R$ 568 milhões.
Outra prova de que as contas da Prefeitura poderiam se manter ajustadas com um reajuste maior é a generosidade do Prefeito com as empresas do transporte coletivo: de 2020 a 2022 foram quase R$ 400 milhões.
Perdas históricas – Entre 1999 e 2016, a soma das perdas salariais dos servidores, isto é, a falta de reajuste mínimo da inflação, chega a 18,98%. “Se a valorização do serviço público fosse de fato uma prioridade para essa gestão eles apresentariam minimamente um cronograma para quitar essa dívida”, questionou a vereadora Professora Josete.
Foto – Manifestação dos servidores municipais contra o pacotaço de 2017 é reprimida com violência policial. / Gibran Mendes/ Brasil de Fato Paraná