Nesta sexta-feira (17) foi realizado um ato público em defesa da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR), unidade da Petrobras em Araucária, região metropolitana de Curitiba. A fábrica está em vias de ser fechada pela estatal e a decisão afetará diretamente a vida de mil famílias, entre trabalhadores da estatal e terceirizados, além de provocar impactos econômicos na região.
Além da mobilização em frente a Fafen, na Rodovia do Xisto, outros atos em solidariedade aos trabalhadores foram realizados nesta sexta-feira em unidades da Petrobras pelo país. “Estamos em luta para preservar os empregos e direitos dos trabalhadores e manter a unidade funcionando, pois não há justificativas para o fechamento da fábrica”, afirma Gerson Castellano, funcionário da Araucária Nitrogenados e diretor do Sindiquímica-PR.
Presente no ato em Araucária, a vereadora Professora Josete (PT) prestou sua solidariedade aos trabalhadores e destacou o papel estratégico da Fafen-PR. “Além dos mil trabalhadores que serão afetados diretamente, o fechamento da fábrica causará um impacto negativo em toda a cadeia de empregos que é gerado no entorno. Além disso essa decisão causará uma redução na arrecadação ao município de Araucária”, afirmou a parlamentar.
O pretexto utilizado pela Petrobras para o fechamento da Fafen é um suposto prejuízo com a unidade. Essa justificativa é contestada pelos sindicatos que representam os trabalhadores da empresa. “O governo alega um prejuízo de R$ 250 milhões, porém é algo que não existe. A Fafen faz parte do sistema Petrobras que teve um lucro de R$ 15 bilhões num todo. O que está havendo mesmo é uma política equivocada da empresa que tem levado ao aumento do valor da matéria prima utilizada para fazer o fertilizante”, comenta a vereadora.
A fábrica utiliza como matéria prima o RASF, um refugo da Repar (refinaria da Petrobras em Araucária), ao qual agrega valor, transformando em ureia, um fertilizante do qual o Brasil é extremamente dependente. “Com a decisão do governo, o Brasil passará a importar 100% da ureia. Estamos falando, sobretudo, de soberania nacional”, acrescenta Josete.
Outro elemento criticado pela vereadora é a atual política que vem sendo implantada pela Petrobras desde o período de Michel Temer. “Há uma política de desmonte iniciado com Temer e que segue no governo Bolsonaro. Um desmonte de todo um investimento feito durante os governos de Lula e Dilma”.
Inaugurada em 1982, a Fafen tem capacidade de produção diária de 1.975 toneladas de ureia, 1.303 toneladas de amônia, entre outros produtos. Com o fechamento da fábrica, o Brasil terá que importar 100% dos fertilizantes nitrogenados que consome. Além disso, o país se tornará dependente da importação de ARLA 32, um reagente químico usado para reduzir a poluição ambiental produzida por veículos automotores pesados.