Em reunião na tarde desta quarta-feira (7) com vereadores e dirigentes dos sindicatos que representam o funcionalismo público de Curitiba, o secretário de Finanças Vitor Puppi confirmou que a prefeitura não concederá um reajuste que corrija as perdas inflacionárias dos servidores e servidoras que estão com salários e planos de carreiras congelados desde o pacotaço de 2016.
Segundo Puppi, não há espaço no orçamento para um reajuste maior que 3%, devido a Lei de Responsabilidade Municipal que fixa que a despesa com pessoal. A reivindicação dos trabalhadores é de 9,48%, índice que corrigiria as perdas desde o ano de congelamento de salários e carreiras.
Contrapondo a afirmação do secretário, os dirigentes sindicais argumentaram que arrecadação do município cresceu 9% de setembro de 2017 a agosto de 2018 e que esse é o maior crescimento de receita desde 2012, ano em que os servidores conquistaram 19,56% de reajuste.
Os sindicatos também apresentaram estudos realizados pelo DIEESE que apontam que mesmo que a administração concedesse a reivindicação de 9,48%, ainda estaria longe do limite prudencial de folha de pagamento previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Os vereadores da oposição presentes na negociação pretendem apresentar uma emenda acrescendo 6,46% ao índice com o objetivo de pelo menos repor a inflação. Porém, também nesta quarta-feira (7),o secretário de governo Fernando Jamur deu a entender a emenda poderá colocar em risco os 3%, gerando um novo impasse na negociação.
“Nós, da oposição, estamos dialogando com os sindicatos e nos comprometemos a apresentar essa emenda. Acredito que até mesmo vereadores da base de apoio do prefeito são sensíveis a causa e consigam enxergar que esse índice está muito abaixo do que é de direito. Acho que temos que buscar que pelo menos a inflação seja reposta. Isso não é nenhum privilégio, é um direito dos trabalhadores que estão com salários congelados desde 2016”, comenta Professora Josete (PT).
Foto: Chico Camargo/CMC