“Não podemos ficar calados diante do desmonte da previdência dos servidores públicos de Curitiba”. A declaração foi feita pela Professora Josete (PT), nesta terça-feira (4), diante de uma nova manobra da gestão do prefeito Rafael Greca (PMN) para diminuir o repasse para o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Curitiba (IPMC).
A parlamentar refere-se a aprovação na última reunião do Conselho de Administração do IPMC, ocorrida em 30 de agosto, de nova mudança no cálculo atuarial que vai aumentar a descapitalização do fundo. Com a medida, que deve ser implantada ainda neste ano, a prefeitura deixará de repassar R$ 69 milhões ao instituto em 2019. Até o fim da gestão Greca, esse valor chegará a R$ 197,6 milhões.
O novo projeto modifica a forma como vinha sendo feito o cálculo atuarial dos últimos anos. Ele não foi baseado pelo histórico de arrecadações do IPMC, mas sim pela inflação, pela taxa de deferimento das aposentadorias e a compensação entre o regime próprio e o INSS (Comprev). “Será que a empresa que faz o trabalho atuarial junto ao IPMC é competente ou ela muda os cálculos atuariais pela definição da prioridade do Executivo? Será que esses recursos que deveriam ir para a previdência estão indo para outras ações do prefeito?”, questionou Josete.
Desde o início do mandato de Rafael Greca, o IPMC sofre com quedas em seu patrimônio. Em um ano e quatro meses a redução é de mais de R$ 460 milhões, passando de R$ 2,3 milhões (março de 2017) para R$ 1,8 milhões (julho de 2018). “Como que em um período tão curto aconteceu essa queda e porque o cálculo atuarial mudou de forma deste jeito?”, indagou a vereadora.
Para Professora Josete, essas reduções contínuas de repasses ao IPMC representam a política de desmonte que é a marca da gestão Greca. “O prefeito segue a mesma cartilha do governo golpista de Temer: a de redução de políticas públicas. Por aqui, em Curitiba, temos acompanhado uma série de ações neste sentido; como redução de políticas de inclusão para população de rua, fechamentos de CRAS, diminuição de equipes do Estratégia de Saúde da Família (ESF) e a série de reduções de direitos dos servidores municipais desde o pacotaço”, apontou.
Foto: Chico Camargo/CMC