Desde a madrugada do dia 16 de maio, servidores e servidoras municipais estão acampados em frente ao Anexo I da Câmara Municipal de Curitiba, na praça Eufrásio Correia, como protesto frente ao Pacote de Maldades enviado pelo Prefeito Rafael Greca ao Legislativo. Em suma, eles pedem a retirada dos doze projetos que, entre outras medidas, congelam os planos de carreira, limitam novas contratações e reajustes, além de possibilitar o saque de R$ 600 milhões do Instituto de Previdência Municipal de Curitiba (IPMC).
Giuliano Marcelo Gomes, integrante da direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC), conta que estão recebendo o apoio de toda a base e que estão se revezando para que o acampamento esteja sempre ocupado e proporcione rodas de conversa para manter a categoria unida. “Estamos aqui para protestar contra esses projetos que são inconstitucionais. Por exemplo, o próprio Presidente do IPMC admitiu erros, que alguns dados estão errados nesses projetos e mesmo assim eles não retirados. Isso é um retrocesso”, enfatiza Gomes.
Casturina da Silva Berquo, também da direção do SISMUC, fala sobre a falta de diálogo com o Executivo: “esta é a única gestão que não recebeu a pauta do sindicato antes de enviar projetos para a Câmara. No dia 3 de abril, Greca anunciou no jornal Gazeta do Povo o pacotaço, sem passar por ninguém; nunca houve qualquer discussão”.
O protesto iniciou no dia 16, terça-feira, justamente porque foi o dia em que a Comissão de Constituição e Justiça da Casa analisou a legalidade dos projetos, na parte da tarde. Como já discuti várias vezes em sessões plenárias, há muitas disparidades e equívocos nesses projetos, o que já é motivo mais do que suficiente para a retirada. Muito se fala do artigo 18, referente à Lei da Responsabilidade Fiscal, que, como apontado pelos sindicatos, é cópia literal de uma lei proposta no Rio de Janeiro. Lá, as alterações na Lei foram consideradas inconstitucionais.
No acampamento, há um painel que está sendo preenchido com os nomes dos vereadores contra, a favor e indecisos em relação ao pacotaço de maldades. O objetivo é que os servidores e servidoras permaneçam acampados até que os projetos sejam retirados. “Não sei se vamos conseguir reverter o processo com nosso protesto, mas no mínimo faremos com que a categoria se mobilize mais”, conta a servidora Casturina. Rodas de conversa estão sendo realizadas inclusive à noite, horário em que todos podem participar.