O polêmico projeto que reservava 20% da frota de ônibus de Curitiba para uso exclusivo de mulheres, de autoria do vereador Rogério Campos (PSC), foi rejeitado hoje (17) em votação na Câmara Municipal de Curitiba. Foram 22 votos contrários e sete a favor. Representantes de diversos movimentos sociais, como a Marcha Mundial de Mulheres, a CUT e a União Brasileira de Mulheres (UBM), estiveram presentes para registrar um posicionamento contrário ao projeto.
“Não é através da segregação que nós vamos resolver o problema. As mulheres precisam ocupar os espaços e serem respeitadas onde quer que estejam. É a cultura machista e patriarcal da sociedade que precisa ser combatida”, destacou a vereadora Professora Josete, militante da Marcha Mundial de Mulheres, que desde o início da tramitação se posicionou contrariamente ao projeto.
A votação no plenário contou com a presença da secretária de mulheres de Curitiba, Roseli Isidoro. Ela se manifestou somente após a votação, também de forma contrária. Roseli ressaltou, entretanto, a importância do debate. “Esse precisa ser um debate permanente. Parabenizo o vereador Rogério pela preocupação com o tema, mas não acredito que essa seja a solução”, apontou.
A secretária aproveitou a oportunidade para convidar os vereadores para a inauguração da campanha “busão sem abuso”, no dia 25 de novembro. A campanha informará sobre o assédio no transporte público e sobre as formas de combater este tipo de comportamento.