Enquanto motoristas e cobradores mantêm sua greve, que já dura três dias, as discussões a respeito do transporte público de Curitiba continuam. Nesta semana, a Plenária Popular do Transporte, formada por sindicatos e outras entidades populares, enviou ao prefeito Gustavo Fruet uma carta com diversas reivindicações a respeito do assunto. Entre as recomendações do documento, está a imediata anulação do contrato de licitação firmado em 2010, tendo em vista as diversas irregularidades listadas nos relatórios de entidades como o Tribunal de Contas do Estado e o relatório da CPI do Transporte Público da Câmara dos Vereadores.
Para a vereadora Professora Josete, toda essa movimentação popular deve ser canalizada na retomada do transporte público como serviço básico para população de Curitiba. Na opinião da vereadora, o transporte público é um direito estratégico para o desenvolvimento da cidade, e não pode ser manejado de acordo com o interesse dos empresários que operam o sistema. “Estamos vivendo um momento muito importante. Com todos os problemas do transporte público em Curitiba vindo à tona, é crucial que os movimentos sociais, trabalhadores, usuários, gestão pública e poderes legislativo e judiciário se unam agora para retomar o transporte público com qualidade para a população, e não apenas como uma máquina de lucros para o empresariado que domina o setor há décadas”, pede a vereadora.
“Precisamos rever o modelo de gestão do transporte público, pois já ficou claro que o atual tem sérios problemas. O foco deve ser encontrar um jeito de baixar a tarifa, oferecer um serviço de qualidade, sem comprometer os direitos dos trabalhadores e a qualidade do serviço”, aponta.
Além da anulação do contrato, a carta da Plenária Popular solicita a criação de uma frota pública de transporte, a criação de um centro de custos na URBS, para se ter o controle do custo operacional do sistema, e a implantação do controle social no transporte público de Curitiba. Para ler na íntegra a carta da Plenária, clique aqui.
Reajuste no lucro dos empresários
Em post publicado hoje no seu Facebook, Josete destacou a greve dos trabalhadores do transporte público. Para a vereadora, na atual situação, a parcela da tarifa que diz respeito ao reajuste no salário de motoristas e cobradores, assim como a garantia de benefícios e condições de trabalho, deve ser garantida pelos empresários. “Se a conta não fecha, o aumento do salário de motoristas e cobradores não pode sair do bolso do trabalhador, e sim do lucro das empresas que operam o transporte público da cidade. Sou a favor dos benefícios e direitos dos trabalhadores do transporte público de Curitiba, mas isso deve ser garantido pelos empresários, e não pelos usuários do sistema”, defende.