Ouvido como informante da CPI do Transporte Público nesta quinta-feira (24), o arquiteto Lubomir Ficinski, ex-diretor de transportes da URBS, acusou as empresas responsáveis por operar o transporte em Curitiba de não entregarem relatórios contábeis previstos em contrato. De acordo com documentos entregues à CPI, Ficinski havia feito o pedido do plano contábil padrão aos três consórcios, solicitando cópias de comprovantes de pagamento de tributos, em abril de 2011. Até outubro de 2011, quando deixou o cargo, os pedidos não foram atendidos. Outro documento, que data de 17 de julho de 2012 – mais de um ano depois -, mostra a mesma solicitação sendo feita ao Consórcio Pontual, reiterando que o pedido já havia sido feito e não respondido. Segundo o ex-diretor, a presidência da URBS tinha conhecimento da situação.
Ficinski apresentou também sua carta de exoneração do cargo, entregue em 4 de outubro de 2011. Nela, explica ao então prefeito Luciano Ducci seus motivos, que envolviam a demora nas obras de desalinhamento das estações tubo no eixo Norte-Sul e o aumento da tarifa técnica. Além disso, o arquiteto reclamava da ingerência da gestão passada, que, segundo ele, fazia com que a URBS aparecesse frente à opinião pública como “um órgão incapaz de gerir corretamente as suas funções”. Durante o depoimento na CPI, Ficinski afirmou que em 2011 já era feito um repasse pela prefeitura para complementar o valor da tarifa técnica que correspondia a 1,8 milhão por mês.
CPI
Esta foi a última sessão da CPI do transporte público. Na parte da tarde, os vereadores aguardavam a presença de Ivan Bonilha, que era procurador-geral do município na época da licitação e atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). No entanto, Bonilha não compareceu. De acordo com o presidente da CPI, Jorge Bernardi (PDT), o convidado não enviou qualquer comunicado oficial ou justificativa para a ausência.
Agora, será feito o relatório da comissão, que tem prazo até 28 de novembro para ser apresentado. No documento, deve ser feita denúncia ao Ministério Público de improbidade administrativa contra a comissão de licitação, já que, na visão dos vereadores, houve falhas no processo. “O relatório final vai apontar novos caminhos para o transporte de Curitiba. A expectativa da população não é só pela redução da tarifa, mas também por melhoria na qualidade do serviço prestado”, pontuou a vereadora Professora Josete.