A vereadora Professora Josete (PT) manifestou-se na Câmara de Curitiba em solidariedade às mães dos quatro jovens mortos pela Polícia Militar no fim de semana no bairro Parolin. Segundo a PM, houve perseguição policial e a ação foi em legítima defesa. Já os moradores da região alegam que os jovens estavam desarmados e foram executados pelos policiais.

Professora Josete cobrou uma apuração rigorosa das circunstâncias que aconteceram as mortes. “A Defensoria e o Ministério Público já estão acompanhando essa situação. Acredito que o Gaeco [Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado] também já esteja apurando esse caso. A Câmara de Vereadores, bem como a Assembleia Legislativa, por meio de suas comissões de direitos humanos, também devem acompanhar a situação”, ressaltou a parlamentar.

Durante a sessão, a vereadora pediu que se respeitasse um minuto de silêncio aos quatro rapazes mortos, porém alguns vereadores se manifestaram contrários, afirmando que não guardariam silêncio a jovens que, segundo eles, ‘tinham antecedentes criminais’. “O que pedi foi um pouco de empatia neste momento de dor das famílias enlutadas. Agradeço os que respeitaram o minuto de silêncio e se colocaram na posição dessas mães que perderam seus filhos”, disse Josete.

A vereadora também comentou sobre os protestos que foram repreendidos pela polícia após o ocorrido. Segundo os manifestantes, o ato na noite de sábado ocorria pacificamente, mas foi interrompido por repressão da PM que utilizou balas de borracha e bombas de efeito moral. “Que estado é esse? Vivemos uma crise civilizatória. Ainda que incomode alguns, nosso mandato não irá se calar diante de situações como essa”, afirmou Josete.

Por meio de uma nota, a PM afirmou que os jovens mortos reagiram à abordagem policial. Sobre o protesto, a corporação afirmou que o uso de armas não-letais iniciou apenas depois de os manifestantes atirarem pedras e objetos contra os policiais.

Foto: Rodrigo Fonseca/CMC