“As pessoas nasceram para serem felizes e não para serem oprimidas por questões de gênero, idade, classe social ou qualquer outro motivo” 
 
Na noite desta terça-feira (11), Professora Josete foi palestrante do seminário “Direitos Fundamentais e a Marcha das Vadias – Quais os sentidos das novas manifestações das mulheres?”. O evento foi organizado por estudantes do segundo ano de Direito da Universidade Positivo (UP).
 
O debate foi aberto pela socióloga Stefania Poeta. A palestra dela fez um resgate histórico sobre os conceitos de gênero. 
 
A advogada Xênio Mello, organizadora da Marcha das Vadias, fez um resgate sobre os eventos que motivaram o surgimento do movimento e falou as principais bandeiras da Marcha. “Nossa estratégia é trabalhar a ressignificação do termo vadia: reivindicamos este termo para expressar a mulher que luta e não se cala”, comentou.  “O direito fundamental ao próprio corpo deve ser protegido e assegurado porque é por meio dele que exercemos a nossa vida social: restringir a atuação dos corpos é violar o direito das pessoas de se expressarem”, disse. 
 
Professora Josete ressaltou a importância do debate sobre o feminismo, principalmente em uma capital conservadora como Curitiba. “Feminismo não é o contrário de machismo; o feminismo não busca a opressão, mas entende que homens e mulheres têm os mesmos direitos”, explicou. 
 
“Historicamente, os espaços públicos são ocupados pelos homens, enquanto às mulheres são reservados os espaços privados (o interior das casas). Para o capitalismo, essa divisão social do trabalho é importante. O cuidado (com as crianças, com as casas, com os idosos) é uma forma de ocultar a dimensão econômica do trabalho: o trabalho produtivo (remunerado) é valorizado, mas o  reprodutivo (que contribui para a reprodução da vida, como a alimentação, higiene, etc) não”, disse. “Creio que a espécie humana precisa ser mantida, então porque existe diferença na valorização do trabalho produtivo (que produz riqueza) para o reprodutivo (que mantém a vida)?”, indagou. 
 
“As pessoas nasceram para serem felizes e não para serem oprimidas por questões de gênero, idade, classe social ou qualquer outro motivo”, afirmou Professora Josete. 
 
Marcha Mundial das Mulheres   
Professora Josete é feminista e militante da Marcha Mundial das Mulheres. Assim como a Marcha das Vadias, a Marcha Mundial das Mulheres também nasceu no Canadá. “ O movimento se expandiu pelo mundo todo e hoje estamos representadas em 17 estados brasileiros”, conta Josete. “A Marcha Mundial das Mulheres é pautada pela solidariedade internacional entre as mulheres; acreditamos que só teremos um mundo sem desigualdade se existir essa construção solidária entre as pessoas do mundo todo”, explica. “Também temos a concepção de que não vamos superar o machismo sem superar o capitalismo”, comentou. 
 
Mulheres em Marcha
Mais informações sobre a Marcha Mundial das Mulheres podem ser obtidas em  http://sof.org.br/marcha/ 
 
O site da Marcha das Vadias é o http://www.marchadasvadias.org/ 
 
Curso de Direito
O seminário “Direitos Fundamentais e a Marcha das Vadias – Quais os sentidos das novas manifestações das mulheres?” surgiu por iniciativa do professor Eduardo Faria, de Direito Constitucional e foi organizado pelos alunos do curso de Direito da Universidade Positivo.

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