A vereadora Professora Josete (PT) fez uma reflexão nesta segunda-feira (2) sobre o momento da democracia brasileira e manifestações chamadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em defesa do governo, dos militares e contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). A mobilização cresceu na semana passada, quando o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, atacou parlamentares, acusando-os de fazer “chantagem”.

Em discurso na Câmara de Curitiba, a parlamentar lembrou que nenhuma instituição do Estado brasileiro está imune às críticas do povo, porém fazem parte das regras da democracia. “Não se pode colocar em risco a institucionalidade do Congresso e do STF. Sabemos que essas instituições não são perfeitas, merecem sim críticas, mas não devemos cair nesse discurso de fechamento dessas casas. Vivemos experiências parecidas em outros países que levaram a regimes autoritários e antidemocráticos”.

Para Professora Josete, é papel de todas as casas legislativas se posicionarem contra manifestações que pregam fechamento de instituições estabelecidas em um regime democrático. “Vamos pegar o exemplo daqui, das vereadoras e vereadores. Não fomos eleitos democraticamente para estarmos aqui e representarmos a população? Da mesma forma os deputados e deputadas, de diferentes correntes ideológicas, foram eleitos pela população. Imaginem iniciar uma onda de incitação ao fechamento de assembleias legislativas e câmaras pelas cidades?”, comparou.

Liberdade de imprensa

Ao condenar ataques de Bolsonaro à imprensa, a parlamentar apontou falta postura de estadista do atual presidente. “É um presidente que se nega a conceder coletivas ou faz breves entrevistas na saída do Palácio, onde aproveita para desrespeitar profissionais, especialmente as mulheres. Tivemos os recentes casos com as jornalistas Patricia Campos Mello e Vera Magalhães. É um presidente misógino e que desrespeita a liberdade de imprensa. Essa forma como a imprensa está sendo atacada coloca em xeque se estamos vivendo realmente numa democracia plena”.

Diante de tentativas de intimidação e agressões – como a ocorrida no fim de semana contra a deputada e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann – a vereadora concluiu sua fala destacando que “uma democracia plena se faz com aprofundamento do diálogo, convivência com as diferenças e não com confronto e ataque às instituições”.

Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

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