Foto: Vanda Moraes
Foto: Vanda Moraes

Advogados, professores e representantes da CUT-PR e do Sindiurbano se reuniram hoje pela manhã para definir as ações de denúncia das práticas antissindicais e de assédio que vêm sendo cometidas pela URBS. No último dia 16, a empresa de transporte suspendeu de suas funções o funcionário Valdir Aparecido Mestriner, presidente do Sindiurbano, sindicato que representa os trabalhadores da empresa. Mestriner não está recebendo salário e tem instaurado contra si um processo de demissão por justa causa. As justificativas da URBS são baseadas em atitudes tomadas por Mestriner como representante da categoria, como denunciar o caso de assédio moral e sexual acontecido em outubro de 2015. Um ato em frente à Prefeitura será realizado amanhã às 10h para denunciar os fatos.

Para Ivo Petry, um dos advogados demitidos pela URBS por prestar esclarecimentos ao Ministério Público no caso de 2015, a suspensão e tentativa de demissão de Mestriner tem ligação direta com o caso de qual ele mesmo foi vítima. “A URBS aceitou as 15 solicitações do Ministério Público no acordo que assinou e ainda por cima teve que pagar R$ 1 milhão. O acordo foi péssimo para a URBS e para os cofres públicos. Fizeram porque não queriam ter seus nomes como assediadores. Provavelmente foram cobrados por isso e a resposta foi a suspensão do Valdir”, acredita.

Histórico de assédio

“A atual gestão municipal é a que mais tem cometido atos antissindicais e assédio. Apesar de problemas em gestões anteriores, esta está pior se considerarmos as relações sindicais”, afirmou durante a reunião o advogado trabalhista André Machado. Para ele, a URBS está tentando transformar o caso em algo pessoal contra o presidente do Sindiurbano. “Mas não é. É um ataque contra todos os trabalhadores”.

A posição é reiterada pelo professor Lafaiete Neves. “Nenhum outro prefeito cometeu um ato antissindical como esse”, apontou. Da mesma forma, o próprio Valdir Mestriner apontou que há um histórico de assédio nesta gestão. “Em todas as áreas nessa gestão o assédio foi enorme. Quem não rezava a cartilha sofria. Já demitiram dois dos melhores advogados e agora tentam demitir o presidente do sindicato. O que vai sobrar pros outros funcionários da URBS?”, questiona.

“Usar o fato do presidente do sindicato verbalizar o assédio dentro da empresa como justificativa para demissão é questão política. Estão colocando uma mordaça em todos os trabalhadores”, critica Petry.

Além do ato de amanhã, foi também desenvolvido um manifesto exigindo “que o prefeito municipal, Gustavo Fruet, responsável pela nomeação da atual direção da URBS, restabeleça todos os direitos individuais e coletivos do dirigente sindical Valdir Aparecido Mestriner, em especial, o seu salário e benefícios como o plano de saúde e vale alimentação e encerre o processo de inquérito judicial.

“As entidades também requerem que seja determinada abertura de investigação e procedimento administrativo das responsabilidades pelos assédios morais e sexuais ocorridos na URBS, bem como os prejuízos econômicos causados aos cofres da empresa pública pelos acordos judiciais sem a devida apuração dos responsáveis”.

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