Líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara de Curitiba, a vereadora Professora Josete pronunciou-se nesta terça-feira (3/8), no retorno das sessões legislativas, sobre a prisão arbitrária do vereador Renato Freitas realizada pela Guarda Municipal no dia 23 de julho. A abordagem ocorreu nas imediações da Praça Rui Barbosa, no centro da cidade, durante um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro.

Ao reafirmar sua solidariedade ao colega de bancada, Professora Josete destacou que a manifestação fazia parte de uma atividade partidária convocatória do ato público do dia 24 de julho. A manifestação com a participação de Renato Freitas transcorria pacificamente até que um homem, passando-se por “policial aposentado” provocou toda a situação. “Vivemos um momento de intolerância, onde as pessoas se sentem no direito de impedir outras pessoas de se manifestarem livremente”, disse a vereadora.

O homem, que na verdade trata-se de um vigilante aposentado, tentou impedir o protesto e agredir Renato Freitas, desencadeando toda a confusão. Após ser contido, ele acionou a Guarda Municipal, que foi até o local e abordou o vereador. Impedido de continuar sua manifestação, Renato Freitas foi jogado ao chão por vários guardas e colocado com excessivo uso de força em uma viatura.

Na opinião da líder do PT, a prisão foi arbitrária e desrespeitou todos os procedimentos legais de uma abordagem. “A gente sabe que é diferente a abordagem de uma pessoa como eu, mulher branca de olhos claros que está nos padrões aceitos por uma cidade conservadora, em relação a um rapaz negro com cabelo Black Power. Infelizmente há racismo estrutural que muitas vezes é velado”, afirmou Josete, que no dia anterior havia participado da atividade do PT nas proximidades da Rui Barbosa.

Integrante da Mesa Diretora da CMC, Professora Josete também falou sobre reunião realizada na última sexta-feira (30) na sede da Secretaria de Defesa Civil e Trânsito. Solicitada a seu pedido à presidência do Legislativo, a reunião envolveu vereadores, o secretário Péricles de Matos e o comandante da GM, Carlos Celso dos Santos.

Em relação a prisão de Freitas, o secretário informou que foi aberto um procedimento junto à Corregedoria para apurar todas as circunstâncias – partindo da atitude do cidadão que provocou e desencadeou a situação até a reação posterior do parlamentar – bem como a necessidade de tamanho uso de força e efetivo na ação.

Na audiência, Professora Josete demonstrou sua preocupação com a segurança de Renato Freitas, que tem sofrido uma perseguição das forças de segurança e de abordagens envolvendo jovens da periferia, em especial a população negra. Neste sentido, a ela propôs um trabalho em conjunto entre a Secretaria e a CMC no sentido de atuar para formação da corporação junto ao Plano Municipal de Promoção da Igualdade Étnico Racial, que será debatido no segundo semestre na Câmara de Curitiba.

Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

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