Uma pesquisa realizada pela Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego (SMTE) e pelo Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Prefeitura aponta dados preocupantes a respeito do preconceito e da falta de oportunidades dadas a mulheres e pessoas negras dentro do serviço público municipal. As mulheres representam 77,6% do universo de 35.776 servidores e servidoras: são 27.788 servidoras e 7988 servidores. Porém, apenas 11% delas são diretoras, chefes ou gerentes, enquanto 28% dos homens ocupam os mesmos cargos – quase o triplo da porcentagem.

Quanto ao nível de remuneração, 51% das mulheres recebem até quatro salários mínimos. Homens nessa faixa salarial são 30%. Na faixa de mais de 10 salários mínimos, 20 % são homens e apenas 9% mulheres.

Em relação a cor da pele, a discrepância também é grande. Apenas 2.473 dos servidores são negros: 2054 mulheres e 419 homens. Destes, somente 113 mulheres e 175 homens ocupam cargos de chefia. Um dado curioso também revelado na pesquisa é que mais de 14 mil servidores, entre homens e mulheres, não reconhecem qual é sua etnia.

Os números foram apresentados no Seminário Pró-Equidade, organizado pela SMTE e pelo Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Prefeitura no dia 19 de novembro. Além dos números, o seminário apresentou também uma leitura histórica das chamadas ‘leis de ações afirmativas’, desconstruindo mitos ensinados na escola. Um exemplo é a lei do ventre livre, que, na maioria dos casos, mantinha os filhos de escravos sob a tutela dos senhores de seus pais até os 21 anos, ao invés de libertá-los.

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