Na primeira noite de debate do Seminário da Juventude, realizado pela Câmara Municipal por iniciativa do vereador Pedro Paulo (PT) em parceria com o mandato da vereadora Professora Josete (PT), o principal assunto discutido foi a redução da maioridade penal. Para analisar o tema foram chamados dois especialistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), os professores Pedro Bodê (especialista em Segurança) e Joyce Kelly Pescarolo (psicóloga), e o Padre Alexsander Cordeiro Lopes, assessor do Setor de Juventude da Arquidiocese de Curitiba.

Segundo Pedro Paulo, que também é líder do prefeito na Câmara Municipal, a redução da maioridade penal vem sendo tratado de forma “maniqueísta” pela mídia. Ele destacou que a realização desse seminário é uma oportunidade para as pessoas aprofundarem esse debate, inclusive ouvindo os próprios jovens. Na manhã de quinta-feira, o plenário aprovou uma moção de repúdio a manifesto de ex-ministros da Justiça solicitando que a posse de drogas, desde que para o consumo próprio, deixe de ser considerada crime. Nessa votação, apenas Pedro Paulo, Professora Josete (PT), Jonny Stica (PT) e Professor Galdino (PSDB) discordaram da moção.
 
Durante o debate, Josete disse que a criminalização do usuário é um retrocesso, pois a reabertura democrática trouxe a garantia de direitos aos cidadãos e hoje essas mesmas prerrogativas voltam a ser questionadas. “A juventude precisa ser apoiada pela sociedade, pelo Estado e pela família. O jovem sofre uma agressão quando seus direitos não são respeitados”, destacou. Para a vereadora, a sociedade precisa se despir do preconceito e procurar as causas que levam à violência para daí partir em busca de soluções. “A redução da maioridade penal não vai resolver o problema”, frisou.
 
O presidente da Câmara, Paulo Salamuni (PV), falou aos jovens a respeito do novo momento vivido pela Câmara e a necessidade do Legislativo se abrir para a sociedade, em especial sobre temas como este em questão. “Este assunto é latente, oportuno e da maior profundidade”, acrescentando que deve haver cautela no debate.
 
Os convidados se mostraram contrários à forma como a redução da maioridade penal está sendo tratada, chamando a atenção para a carência de políticas públicas para a Juventude. O Padre Alexsander Cordeiro Lopes usou como exemplo a atitude do Papa Francisco que lavou os pés de rapazes detentos em Roma. Para o membro da Pastoral da Juventude, o ato simbólico do pontífice demonstra o cuidado que deve haver no trato com a juventude. “Quando os jovens tiverem todos os seus direitos garantidos, daí sim podemos pensar na diminuição da maioridade penal. Mas quando esses direitos forem todos atendidos, talvez essa atitude não seja mais necessária”, defendeu. “Crianças e jovens precisam mais de exemplos do que de críticas”, frisou Pedro Bodê, da UFPR.
 
O debate continua nesta sexta-feira (19), a partir das 19h no plenário da Câmara de Curitiba. Todos os interessados podem participar, sendo que o acesso é pela portaria do Anexo II, pela rua Visconde de Guarapuava. Ontem também estiveram presentes Geraldo Pires, membro da Casa da Juventude do Paraná; Rodrigo de Andrade, da Pastoral da Juventude; Fernando Santana, vice-presidente do Conselho Municipal de Juventude de Curitiba e o vereador de Colombo (PR), Anderson Prego (PT). Também compareceu ao evento o vereador Chicarelli (PSDC).
 

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