O conservadorismo e o preconceito da Câmara Municipal de Curitiba mostraram suas faces mais uma vez hoje (6). O projeto que concedia o título de Utilidade Pública ao IBDSEX (Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual), também conhecido como Grupo Dignidade, que iria à votação em segundo turno na sessão de hoje, foi adiado por 25 sessões. Ontem, na votação em primeiro turno, o projeto havia sido aprovado por 18 votos a quatro.

Hoje, porém, a bancada fundamentalista da Câmara articulou para que o projeto fosse retirado da pauta. Em um acordo com representantes da entidade, foi decidido que a matéria seria adiada e voltaria à pauta de votações em novembro. “Temos que avançar muito neste parlamento. A religião ainda é colocada acima da laicidade do estado. A não ser que mude a Constituição, vivemos em um estado laico”, declarou a vereadora Professora Josete, autora do projeto, na tribuna.

A vereadora acusou alguns dos parlamentares de agirem de má-fé para enganar a população. Na sessão de ontem, parlamentares usaram a tribuna para atacar o projeto, afirmando que os vereadores deveriam “defender as crianças de objetos de erotização”. “Uma utilidade pública, que deveria ser algo simples, acaba sendo adiada porque alguns parlamentares não aceitam que uma entidade que defende os direitos humanos e luta contra a violência e a homofobia receba este título. Alguns tem uma percepção distorcida, mas outros certamente agem de má fé”, apontou Josete.

O Grupo Dignidade atua há 24 anos na luta contra a homofobia, promovendo a cidadania LGBT. Pioneiro no estado do Paraná na área de promoção da cidadania LGBT e o primeiro do ramo a receber o título de Utilidade Pública Federal, por decreto presidencial em 1997, o grupo promove políticas públicas em defesa da comunidade LGBT.

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