A possibilidade do aumento da tarifa do transporte coletivo esteve em pauta nesta quarta-feira (20) na Câmara de Curitiba. A vereadora Professora Josete (PT) fez ponderações relativas à CPI do Transporte feita no CMC, auditorias no transporte, extinção da tarifa “domingueira”, a inatividade do Conselho Municipal de Transporte, ações judiciais em licitações e a projeto que busca extinguir a função dos cobradores no município.

A prefeitura ainda não emitiu um posicionamento oficial, mas o prefeito Rafael Greca já declarou que o aumento da tarifa é “inevitável”, uma vez que desde fevereiro de 2017 ela está congelada em R$ 4,25. Esse congelamento veio atrelado à extinção da chamada “domingueira”, valor mais baixo cobrado aos domingos. Mas ainda que tenha ocorrido reajustes há dois anos, a tarifa é uma das mais altas entre as capitais brasileiras.

Mesmo sem valor divulgado ou quando será implantada essa nova tarifa, divulgações institucionais colocam investimentos e gastos com transporte como justificativas veladas para esse reajuste ocorrer em breve, como a reunião do prefeito com o governador Ratinho Jr para tratar da renovação ou não do subsídio do governo estadual para integrar a região metropolitana. “Em 2018 houve o subsídio no valor de R$ 71 milhões do Governo do Estado. Não conhecemos as tratativas entre a prefeitura e a nova gestão, mas se não houve uma negociação poderemos ter um reajuste considerado”, apontou a vereadora.

Outro critério utilizado para definição da passagem é o valor da tarifa técnica paga pela prefeitura às empresas de ônibus, que é maior que a cobrada dos passageiros e que atualmente é de R$ 4,79. A forma de cálculo dessa tarifa, assim como os contratos de concessão com as empresas, são questionados pela Plenária Popular do Transporte, movimento que tem se posicionado contra o aumento da tarifa.

Em seu discurso, Professora Josete destacou reivindicações do movimento; entre elas o congelamento do preço da passagem, auditoria nas empresas, nova licitação do sistema de transporte, reativação do Conselho Municipal do Transporte e retorno da tarifa “domingueira”.

A vereadora protestou contra a inoperância do Conselho Municipal de Transporte, lembrou da CPI do Transporte e de fraudes apontadas pelo Ministério Público e cobrou um acompanhamento da Comissão de Serviço Público da CMC no debate.

Também nesta quarta-feira (20) foi apresentada uma Moção de Apoio a permanência da Tarifa Social do transporte coletivo no valor dos atuais R$ 4,25. O documento será votado na próxima semana na CMC. Também para próxima semana, na terça-feira (26), está prevista um ato público contra o aumento da tarifa organizado pela Plenária Popular do Transporte.


Foto: Luiz Costa /SMCS

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