O aumento significativo de ataques a veículos de comunicação e agressões a jornalistas esteve em debate em sessão online da Câmara de Curitiba nesta segunda-feira, 1º de junho – Dia Nacional da Imprensa. O assunto foi pautado pela vereadora Professora Josete (PT), que apresentou dados de um relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Como o relatório é anual, os dados dizem respeito a 2019, onde quando foi registrado 208 ataques à imprensa e jornalistas – um aumento de 54% em relação a 2018. Deste total, 114 foram descredibilização da imprensa e 94 agressões diretas a profissionais. Jair Bolsonaro foi responsável por 58% destes ataques, chegando a 121 casos.

Também em 2019 foram 2 assassinatos, 28 casos de ameaça e intimidação, 15 agressões físicas, 10 casos de censura ou impedimento do exercício profissional, 5 ocorrências de cerceamento à liberdade de imprensa por ações judiciais, 2 casos de injúria racial e 2 ações de violência contra a organização sindical da categoria.

Neste ano não é diferente e, nos apenas quatro primeiros meses, Bolsonaro sozinho foi responsável por 179 ataques à imprensa, sendo 28 ocorrências de agressões diretas a jornalistas e 149 tentativas de descredibilizar a imprensa.

Perseguições

Perseguições e demissões de profissionais da imprensa por motivações políticas também foram abordadas pela vereadora Professora Josete. Ela citou alguns casos registrados em maio, entre eles duas situações ocorridas no Paraná.

No dia 18, a jornalista Mareli Martins, após seis anos de serviços prestados à Rádio T, em Ponta Grossa, foi desligada das suas atividades por motivações políticas. Dias depois, o jornalista Fernando Oliveira, que estava à frente do setor de comunicação da PRF do Paraná desde 2017, foi dispensado da função pelo comando da corporação em Brasília, que não gostou de matéria onde era destacado a importância dos radares na redução dos acidentes e dados sobre o isolamento social.

Para Josete, o caso de Fernando Oliveira é uma amostra de como o governo Bolsonaro confunde comunicação pública com comunicação governamental. Desde sua posse, o presidente tem buscado desmontar a comunicação pública do país. Prova disso é que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), recentemente entrou para a lista das privatizações do governo.

Foto: Carlos Costa/CMC

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