Fomos surpreendidos ontem (06) pela visita do Prefeito Rafael Greca (PMN) à Sessão Plenária, na Câmara Municipal. Ainda não foi a vez da entrega do pacote do ajuste fiscal, mas de seu prenúncio. Greca nos entregou um relatório final da Comissão de Análise do Gasto Público, que, de acordo com ele, será encaminhado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado. Na matéria veiculada pela Câmara Municipal de Curitiba, está disponível o relatório na íntegra.

Entre as explicações sobre o conteúdo do documento, que pretende detalhar a dívida de Curitiba, no valor de R$ 612 milhões, falou sobre a “não perseguição à gestão anterior”, sobre um “leilão” das dívidas superiores a R$ 150 mil – o credor que oferecer maior desconto, receberá antes – e principalmente sobre uma “reprogramação” das finanças da administração pública, que recairá sobre as costas do servidor municipal, já que esse não deve receber o reajuste neste mês, época da data-base da categoria.

Interessante foi a comparação do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba (IPMC) a uma pérola: antes era essa preciosidade, agora “a pérola está ficando maior que a ostra”, sendo a segunda o orçamento da cidade. Falei em tribuna sobre isso (vídeo) e repito aqui. Há outras formas de economia e de arrecadação. Até agora não se ouve falar em rever, por exemplo, o contrato do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), que contém erros, discrepâncias e onera, sobremaneira, os cofres públicos, tampouco o Contrato do Transporte Coletivo, que leva o usuário a pagar uma tarifa absurda, sem transparência e controle social. Não é necessário tirar esse direito do servidor, não é preciso sacrificar nossos trabalhadores. Eu não admito que, mais uma vez, usem o IPMC para dizer que a previdência está quebrada.

Ao fim, avistei membros do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), que tentaram dialogar com o Prefeito, em sua saída. Segundo a Coordenadora do Sismuc, Irene Rodrigues, ele fala que vai recebê-los, mas não agenda nada, de fato. O pedido continua sendo o mesmo: que ele os receba antes de enviar o “Pacotaço da Maldade” para votação, na Câmara. Se Greca vai ou não discutir com os servidores, não se sabe. O que se tem certeza é que as medidas do “arroxo” estão em nossas portas e que, de novo, desenvolve-se todo um planejamento para que quem menos merece pague, literalmente, a conta.

Foto: Chico Camargo/CMC
Sessão Plenária 06/03/2017

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