A audiência pública realizada na Câmara Municipal, na semana passada, a respeito da liminar que proibiu a entrada de menores desacompanhados no Shopping Palladium resultou em divergência. Enquanto grupos como o Conselho Municipal de Política Étnico-Racial, o Instituto Brasil África e o Fórum Paraná de Igualdade Racial denunciavam o caráter preconceituoso da medida, representantes da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) bateram na tecla da proteção do patrimônio e do consumo para defender a liminar que proíbe a entrada dos jovens.

A vereadora Professora Josete esteve presente na audiência e questionou o que chamou de “medidas que visam instituir desigualdades”. “Em termos claros, são os jovens negros e pobres que estão sendo barrados na entrada do shopping. Esta é a verdade. Isso é preconceito puro e simples”, critica a parlamentar. “Este tipo de medida judicial reforça o preconceito estrutural que persiste na nossa sociedade, apesar de vários setores negarem a sua existência”.

A liminar foi expedida após um tumulto no Shopping Palladium em janeiro, quando seis pessoas – três menores de idade – foram indiciadas por “lesão corporal, danos à propriedade privada e rixa”. Para Josete, este tipo de confusão não pode levar prejuízo a todo um grupo de pessoas. “Quem promoveu a confusão deve ser punido conforme determina a lei, mas usar isso como justificativa para barrar a entrada de pessoas denota preconceito racial e de classe”, aponta.

A liminar, concedida pelo juiz Paulo Bezerril Tourinho logo após a confusão, continua valendo, dando ao Shopping Palladium o poder de decidir quem entra ou não, baseado em seus próprios critérios.

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