A vereadora Professora Josete (PT) manifestou-se nesta segunda-feira (10), no plenário da Câmara de Curitiba, sobre a ação truculenta da Guarda Municipal que feriu o candidato a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores, Renato Almeida Freitas Jr. Ele fazia campanha na Praça do Gaúcho, área central da cidade, quando foi alvejado à queima roupa por dois projéteis de bala de borracha nas costas e em uma das mãos.

A parlamentar cobrou uma apuração rigorosa sobre a abordagem dos guardas municipal, destacando que é fundamental que sejam solicitadas pela Prefeitura as imagens das câmeras de segurança das imediações da praça pública. “É preciso uma apuração da chefia da Guarda e da Secretaria de Defesa Social. Sabemos da importância do trabalho da GM, mas precisamos rever essas abordagens”, apontou.

Renato Freitas, que é advogado criminalista e ativista dos direitos humanos, fez uma transmissão ao vivo por sua página no Facebook quando estava detido dentro do camburão, mostrando os ferimentos. No vídeo ele afirma que estava apenas fazendo uma panfletagem quando foi atingido à queima roupa. Ele foi levado ao Hospital Cajuru e depois prestou esclarecimentos as forças policiais na central de flagrantes. No período em que esteve no hospital, Renato foi impedido de ter contato com familiares e advogados.

Pela segunda vez em dois anos, Renato foi vítima da truculência policial em Curitiba. Em 25 de agosto de 2016, quando era candidato a vereador, o jovem foi agredido e humilhado por agentes da GM que estão respondendo uma sindicância aberta pela prefeitura. O caso ganhou tanta repercussão que, em 14 de setembro de 2016, ele depôs à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Em seu pronunciamento nesta segunda-feira (10), Professora Josete destacou o histórico de dificuldades de Renato. Filho de migrantes pobres nordestinos, ele nasceu em Sorocaba, interior de São Paulo. Já no Paraná, teve uma infância e adolescência difícil, mas superou barreiras, formou-se advogado e fez mestrado. Hoje ele é uma referência para a juventude periférica de Curitiba e região metropolitana.

Versão da GM

Em nota, a Guarda Municipal alega que “foi acionada por moradores do entorno da Praça do Gaúcho, por volta das 19h00 do domingo (9), que reclamavam de pessoas fazendo racha de veículos, consumindo droga e promovendo perturbação do sossego em espaço público. A Guarda Municipal atendeu ao chamado e precisou usar arma não letal (com bala de borracha) para conter o grupo e para reestabelecer a ordem no local”. Ainda segundo a nota, Renato teria “avançado contra seis guardas armados”.

Nota do PT do Paraná

Dr. Rosinha, presidente do PT do Paraná e candidato a governador, manifestou-se por meio de uma nota oficial sobre a detenção de Renato e de outra candidata do PT, Edna Dantas, que foi detida ao manifestar-se em defesa da liberdade de Lula durante o desfile do 7 de Setembro. Confira a íntegra da nota.

Nesta noite de domingo, 09, o candidato a deputado pelo PT Paraná, Renato Almeida Freitas, fazia panfletagem no centro de Curitiba e foi agredido pela Guarda Municipal, que o atacou com balas de borracha e o levou preso.

Nenhum motivo para a prisão e nem para a violência policial.

Da mesma forma, no dia 07, durante o desfile cívico, Edna Dantas, candidata a deputada estadual pelo PT-PR, realizava manifestação em prol da libertação do presidente Lula junto a outros militantes do partido e foram agredidos e detidos pela Polícia.

Nos dois casos, a única explicação para a perseguição é que ambos são negros, do PT e dos movimentos sociais.

O que estamos vendo é uma assustadora onda crescente de violência e perseguição a quem se manifesta e luta a favor dos oprimidos.

Não houve nenhuma preocupação com os ônibus da Caravana do Presidente Lula que giram alvejados, estamos há seis meses sem saber quem matou Marielle e ainda o judiciário determina que não podemos nos manifestar em apoio a Lula.

Estive hoje acompanhando, logo que soube, o desenrolar da prisão arbitrária do Renato.

Como estarei solicitando desde já apuração sobre desvio de função policial em ambos os casos.

Estou ao lado da Democracia e, portanto, lutando contra o estado de exceção que vivemos. Basta de perseguição! Basta de violência!

Dr. Rosinha
Presidente do PT Paraná

(foto: Divulgação Renato Freitas)

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