Curitiba não irá ganhar apenas o tão esperado metrô com o investimento anunciado pelo governo federal em outubro do ano passado. Apesar do novo meio de transporte receber a maior parte dos R$ 5,3 bilhões a serem investidos na cidade, pedestres, ciclistas e usuários do sistema de ônibus também devem ser diretamente beneficiados com o aporte financeiro. Pelo menos é o que garante o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC).

Em relatório atualizado nesta semana, o instituto afirma que o objetivo principal das obras de mobilidade é tornar o carro mais uma opção de transporte na cidade, e não a principal delas – atualmente, Curitiba conta com 1,3 milhões de carros, quantidade superior ao número de eleitores registrados na capital, que beira 1,2 milhões. Para isso, além das obras de melhoria no sistema BRT e a construção do metrô, dois projetos menos divulgados estão embutidos no pacote da mobilidade: o Plano Cicloviário e o Plano Estratégico de Calçadas.

O primeiro prevê a construção de bicicletários nos terminais de ônibus, com 40 a 60 vagas, e um grande bicicletário no centro da cidade, com capacidade para 1.500 bicicletas. Além disso, como já prometido pela atual gestão, devem ser construídos 300 km de ciclovias nos próximos anos, além de uma microrede cicloviária no CIC e o Circuito Interparques.

Há também um plano para a criação de “vias calmas”, onde bicicletas terão preferência sobre os carros, que só poderão atingir a velocidade de 30km/h. Segundo a Prefeitura, esse projeto já está em execução em um trecho de 6,3km da Avenida Sete de Setembro. Já o Plano Estratégico de Calçadas pretende, além de ampliar a área de calçadas, revitalizar as já existentes, incluindo o acesso a pessoas com deficiência, demanda amplamente solicitada pelos moradores nas audiências públicas de 2013.

Com estes ajustes, juntamente com a construção e a readequação de canaletas para a implantação de mais ligeirões, o ampliamento da linha Inter 2 e o término da Linha Verde, a Prefeitura pretende superar a ideia de que o sistema de transporte público da cidade, há anos exemplos dentro e fora do país, esteja esgotado. “Precisamos oferecer outras possibilidades de transporte de qualidade para a população. Por isso, concretizar o Plano de Mobilidade é tão importante para nós”, destaca o prefeito Gustavo Fruet no relatório do IPPUC.

Na ocasião do anúncio do investimento, em outubro de 2013,  Fruet garantiu que os projetos terão um prazo de conclusão de três anos. A exceção é o metrô, que deve ter sua primeira fase completa somente em 2019.

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