Reprodução/Brasil deFato
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Neste domingo (16), diversas cidades pelo Brasil foram palco da 3º manifestação organizada pela direita contra a presidenta Dilma Rousseff. Apesar das diferentes críticas apontadas pelos participantes, o objetivo central foi o pedido de impeachment. Grupos como Revoltados Online, Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua, entre outros, assim como jornais, revistas e rádios, fizeram a convocação dos protestos pela internet e seus canais.

Os atos repercutiram hoje (17) na sessão plenária da Câmara Municipal. A vereadora Professora Josete aproveitou o momento de visibilidade midiática das pautas conservadoras e criticou a ausência de projeto por parte da euforia verde-amarela. “Toda e qualquer manifestação é legítima. O que me preocupa quando trazem bandeira do impeachment é não haver elementos concretos que justifiquem esta posição”, disse.

Para Josete, os protestos deveriam ter revindicações claras como melhorias na saúde e na educação ou mesmo contra os juros altos, pauta debatida dentro do próprio PT. Além disso, a vereadora questionou o papel dos parlamentares em relação à contenção da crise política, em especial a atitude do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PSDB-RJ): “Um irresponsável. Tem trazido pautas totalmente negativas, com temas conservadores e políticas de desgaste”.

Quantas pessoas afinal?

Não há consenso em relação ao número de pessoas presentes nos atos. Em São Paulo, onde houve maior adesão, o DataFolha divulgou um total de 135 mil, enquanto a Polícia Militar (PM) calculou cerca de 300 mil e os próprios organizadores apontaram para a casa de 1 milhão. Em Curitiba, a PM contabilizou 60 mil pessoas. Um balanço geral dos cálculos divulgados indica que as manifestações que ocorrem ontem foram um pouco maior do que as do dia 12 de abril e bem menor do que as do dia 15 de março.

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais

Perfil dos participantes

Em Vitória (ES), a Universidade de Vila Velha (UVV) realizou, com o apoio de 55 pesquisadores, uma pesquisa que mostra o perfil e as percepções dos participantes. Os dados mostram o predomínio de uma população acima dos 40 anos (48,36%), com renda acima de 4 mil reais (60,66%), moradores de bairros nobres e que se informam principalmente pela internet e redes sociais (72,6%). Entre os entrevistados, 81,97% votou em Aécio Neves nas últimas eleições.

Apesar do ódio e da intolerância verificados nos protestos, com pedidos de intervenção militar e mensagens machistas direcionadas à presidenta, 73,77% dos entrevistados em Vitória acreditam que a democracia seja a melhor forma de governo. Ainda assim, 14, 21% se posicionou totalmente favorável a uma possível volta dos militares ao poder e 23, 50% favorável sob algumas circunstâncias.

“É um absurdo ver esses tipos de cartazes nas ruas pedindo ‘Volta Sarney’ e ‘Intervenção Militar Já’. As pessoas acham que a crise é só no Brasil, mas não veem que estamos passando por uma crise Global”, afirmou a vereadora Josete.

Em contraponto,sindicatos e movimentos populares em São Paulo realizaram  a Jornada pela Democracia. O ato aconteceu em frente ao Instituto Lula, na tarde deste domingo e o principal grito dos manifestantes foi: “Não vai ter golpe”.

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