Foto: Joka Madruga
Foto: Joka Madruga

Fonte: CUT Paraná

Na próxima sexta-feira (29) o Brasil inteiro estará mobilizado na luta pelos direitos da classe trabalhadora. O projeto de lei das terceirizações que agora tramita no Senado Federal com o nome de PLC 30/2015 e as Medidas Provisórias 664 e 665 que restringem o acesso dos trabalhadores a direitos sociais estão no centro do debate nacional. No Paraná, ainda há um motivo a mais para ir à luta: a memória de um mês do massacre do dia 29 de abril contra os professores e funcionários de escola.

O ato reunirá movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), além das principais centrais sindicais do Estado, como a própria CUT, a Força sindical, CTB, UGT, Nova Central e CSP-Conlutas.

“Estaremos todos juntos às 10h na Praça do Homem Nu na sexta-feira (29) na luta pelos nossos direitos. Não podemos admitir retrocessos, direitos fundamentais como o trabalho só podem ser alterados para melhor, nunca para retroceder”, sentencia a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.

Ela reforça a importância do papel dos sindicatos CUTistas no Estado para fortalecer o ato. “A CUT é exemplo de resistência. Isso quem diz não sou eu, não somos nós, mas sim um relatório da própria ONU que nos coloca como exemplo de resistência, luta e avanços para a classe trabalhadora. Novamente vamos mostrar a nossa unidade e a nossa força”, completa.

Foto: Joka Madruga
Foto: Joka Madruga

O ato terá a participação de diversas entidades ligadas à Central, sobretudo da APP-Sindicato, que representa professores e funcionários das escolas estaduais. Eles foram as principais vítimas do massacre ocorrido no último dia 29 de abril quando mais de 200 pessoas foram feridas. Os professores lutavam pela manutenção de sua aposentadoria quando foram atacados pelas forças policiais do governador Beto Richa (PSDB) com diversos armamentos, inclusive, aqueles utilizados para repressão de manifestantes na primavera árabe. Ao todo, somente no ano passado, Richa gastou R$ 6,3 milhões com a fabricante das armas de “baixa letalidade” usadas no protesto.

Simultaneamente paralisações e atos estarão acontecendo em todo o Brasil como forma de mostrar resistência aos projetos que retiram direitos da classe trabalhadora. “Este é um movimento que está crescendo em todo o Brasil. O trabalhador não é bobo e não vamos deixar que nossos direitos fundamentais conquistados com décadas de luta, suor e até mesmo sangue sejam retirados”, completa.

O ataque – No centro da pauta nacional estão o PLC 30/2015 que tramita no Senado Federal. Aprovado na Câmara Federal como PL 4.330, o projeto escancara as terceirizações no Brasil. Caso aprovado, o projeto precarizará ainda mais as relações de trabalho no Brasil.

“Já sabemos e estudos mostram que trabalhadores terceirizados recebem salários, em média, 25% menores e trabalham até três horas a mais por semana. Além disso tem um índice de permanência no emprego que, em média, é de 2,6 anos a menos que trabalhadores diretos. Dos acidentes de trabalho que terminam em morte, 80% são com trabalhadores terceirizados. Precisa falar mais?”, analisa Regina que é de uma categoria essencialmente terceirizada, a dos vigilantes.

Outro ponto são as Medidas Provisórias 664 e 665 que restringem o acesso a direitos sociais dos trabalhadores. As regras para benefícios como o Abono Salarial, o Seguro Desemprego, Auxílio doença entre outros passam a ser mais rígidas após as medidas do Governo Federal que abrangem o ajuste fiscal. “Desde o início do ano, quando essas medidas foram editadas, a CUT foi a primeira central a se posicionar contrária e organizar o movimento de resistência. Seguimos na luta para garantir que essas medidas sejam derrubadas”, finaliza Regina.

Serviço: Dia Nacional de Paralisação
Data: Sexta-feira , 29 de abril
Horário: 10h
Local: Praça 19 de Dezembro (do Casal Nu), Centro Cívico

Leave a Comment

Fale com a Jô